Os prefeitos eleitos de Santo André e São Bernardo deram início nesta terça-feira ao processo de transição de governo. Foi a primeira vez após o fim do segundo turno, em 30 de outubro, que os futuros chefes das prefeituras se encontraram com os atuais e tiveram contato com os temas da administração oficialmente.
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A saúde financeira dos cofres públicos foi o principal tema debatido entre os políticos, que devem trabalhar no próximo ano ainda com receitas impactadas pela crise econômica e a consequente queda na arrecadação.
O encontro entre os adversários políticos Luiz Marinho (PT) e Orlando Morando (PSDB) foi rápido e ambos falaram com a imprensa separadamente. “Acho que há boa vontade para facilitar (as informações) e para que possamos assumir um bom mandato”, disse Morando. Os dois apresentaram os nomes dos técnicos que participarão da transição. Um e-mail foi criado para que a equipe do prefeito eleito envie suas solicitações de informações.
Morando disse que a principal questão nesta fase será orçamentária. “A dívida e a queda na arrecadação são preocupantes. Boa parte da transição vai se focar também no que iremos cortar já em 1º de janeiro”, afirmou.
De acordo com o prefeito eleito, a equipe vai verificar a quantidade de contratos para aluguel de veículos oficiais e se o município terá algum ônus em rompê-los. Uma das promessas de campanha de Orlando é acabar com “regalias” para o alto escalão municipal.
Sobre o orçamento da cidade, Marinho disse que o novo prefeito vai encontrar situação confortável e uma cidade planejada. “Comparado com outras cidades, é uma situação invejável. Nós criamos as condições para deixar as finanças organizadas independente de quem iria sentar aqui em janeiro”, disse.
O petista salientou, porém, que houve queda na arrecadação de impostos por conta da crise e a situação da cidade deve melhorar apenas em 2018.
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Santo André
Em clima bem mais amistoso, Paulinho Serra (PSDB), que participou do atual governo como secretário, foi recebido por seu ex-chefe na prefeitura e ex-adversário nas urnas Carlos Grana (PT). Os dois concederam coletiva de imprensa juntos sobre a transição. “A reunião foi bastante produtiva, proveitosa, no espírito de que a eleição terminou dia 30 e agora nos cabe criar as melhores condições possíveis para que a nova gestão assuma a partir de 1º de janeiro”, disse o petista.
Paulinho afirmou que entre as principais preocupações para 2017 estão as dívidas da prefeitura. Nos últimos anos, a gestão de Grana tem publicado quebra de ordem cronológica de pagamentos de contratos para atrasar a quitação com os fornecedores. “Hoje a gente tem certeza que vai assumir a cidade com montante grande de dívida. Não as de grande prazo, mas aquelas do cotidiano. São essas que nos preocupam. Ela (quebra da ordem cronológica) virou regra no final por equívoco da gestão. Vamos quitar essas dívidas fazendo esforço para enxugar a máquina pública.”
Apesar de não falar em números, Grana disse que a dívida deve crescer. “Com a crise econômica, tivemos aumento da dívida. Temos uma série de fornecedores atrasados que o novo governo terá de negociar os prazos de pagamento”, afirmou.
Primeira reunião em São Caetano é adiada para esta quarta-feira
Apesar de ter contado com apenas um turno nas eleições, finalizado em 2 de outubro, São Caetano ainda não teve sua transição de governo iniciada.
A primeira reunião, que aconteceria na manhã desta terça-feira, foi adiada. De acordo com a assessoria de imprensa do prefeito eleito José Auricchio Júnior (PSDB), ela não ocorreu por conta da ausência do atual secretário de Governo, Nilson Bonome, que estaria em uma viagem. A prefeitura não confirmou a informação.
Auricchio e o prefeito Paulo Pinheiro (PMDB) foram adversários nas eleições municipais. O tucano venceu com a menor diferença entre os eleitos na região. Ele recebeu 34,34%, e Pinheiro 30,71%. A cidade não tem segundo turno porque possui menos de 200 mil eleitores. A primeira reunião de transição na cidade foi remarcada para amanhã, às 10h.
