O caso que parecia ter sido enterrado após a morte de Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, em 27 de setembro, acaba de ganhar novo capítulo. O Ministério Público de São Paulo solicitou a reabertura das investigações sobre a morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), que foi assassinado em janeiro de 2002.
ANÚNCIO
O pedido foi feito pelo procurador de Justiça Edilson Mougenot Bonfim, com base em parecer emitido na última quinta-feira sobre um recurso apresentado pela defesa de Elcyd Oliveira Brito, o John, condenado a 20 anos de prisão pelo assassinato do petista. John era um dos integrantes da quadrilha responsabilizada pelo sequestro e morte do ex-prefeito. A informação é do “Jornal da Band”, da TV Bandeirantes. A reportagem não teve acesso ao teor desse parecer.
De acordo com a reportagem, o promotor alega que novas provas surgiram ao longo dos anos – ele cita o depoimento em que o publicitário Marcos Valério, condenado por ser o operador do mensalão, confirmou à Justiça uma operação para comprar o silêncio do empresário Ronan Maria Pinto, que, segundo Valério, fazia chantagem e ameaçava denunciar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como um dos mandantes do crime – acusação negada pelo petista.
Ronan foi preso em abril deste ano pela 27ª fase da Operação Lava Jato, acusado de ter recebido cerca de R$ 5,7 milhões do banco Schahin, verba que seria proveniente de lavagem de dinheiro. Para a Polícia Federal, parte desse montante foi usada para a compra do jornal “Diário do Grande ABC” por Ronan, em 2004.
A Procuradoria-Geral de Justiça confirmou ontem ao Metro Jornal que encaminhou na segunda-feira ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado), por intermédio da Subprocuradoria-Geral de Políticas Criminais, informações recebidas sobre o caso Celso Daniel para que seja dado prosseguimento às investigações pelo Ministério Público de São Paulo sobre o homicídio do prefeito.
