Foco

Brasileiros na faixa de 30 anos são os que mais atrasam as contas

Metade da população entre 30 e 39 anos (50,19%) terminou o primeiro semestre com o nome inscrito em alguma lista de devedores. Em número absoluto, são 17 milhões de inadimplentes nessa faixa etária, segundo pesquisa divulgada nesta segunda-feira pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas).

ANÚNCIO

A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, afirma que as pessoas nessa idade, geralmente, já são chefes de família e têm um número maior de compromissos, como aluguel, água, luz, entre outras despesas domésticas. “Todos esses fatores, aliados à falta de planejamento orçamentário e os efeitos da crise econômica, impactam negativamente na capacidade de pagamento”, explica.

O índice de inadimplência na população com idade entre 25 e 29 anos também é elevado, de 48,58%, totalizando 8,3 milhões de consumidores. Entre os mais jovens, de 18 a 24 anos, a proporção cai para 22,14%, ou 5,29 milhões de inadimplentes. Na população idosa, entre 65 a 84 anos, a proporção é de 28,89%, o que representa 4,39 milhões de pessoas que não conseguem honrar seus compromissos financeiros.

O número total de consumidores do país com contas em atraso aumentou 3,21% em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo o SPC Brasil. Em relação a maio, houve um leve recuo, de 0,77%.

O SPC Brasil estima que aproximadamente 59,1 milhões de pessoas físicas terminaram o primeiro semestre de 2016 inscritas em cadastros de devedores, o que representa 39,76% da população com idade entre 18 e 95 anos. Em maio, esse número era um pouco maior, estimado em 59,25 milhões.

Somente no ano de 2016, mais de dois milhões de brasileiros passaram a fazer parte das listas de inadimplentes, já que em dezembro de 2015 estimava-se um total de 57,1 milhões de brasileiros com restrição do crédito.

A alta do número de inadimplentes na comparação anual é a menor para meses de junho desde 2011. Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, porém, a desaceleração não pode ser interpretado como um sinal de que os consumidores estão quitando suas dívidas, mas como um reflexo do crédito mais restrito. “Os juros elevados, a inflação corroendo o poder de compra e a perda de dinamismo do mercado de trabalho tornam os bancos e os estabelecimentos comerciais mais rigorosos e criteriosos na política de concessão de financiamentos e empréstimos, o que implica em uma menor oferta de crédito na praça”, explica Pinheiro. 

ANÚNCIO

Tags


Últimas Notícias