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Crise financeira favorece negociação de dívidas com valor menor

No Brasil, as dívidas tiram a tranquilidade de muita gente: segundo um levantamento da Serasa Experian, atualmente 60 milhões de pessoas não conseguem honrar seus compromissos financeiros.

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Em um cenário de crise, com o desemprego aumentando, os bancos vêm tomando medidas para se precaverem contra os prejuízos. Uma delas é o chamado provisionamento, quando uma reserva é separada para cobrir as perdas que podem ser ocasionadas pela inadimplência dos clientes.

“Hoje a inadimplência está explosiva na pessoa física, porque na jurídica nem se fala – não é nem inadimplência, é calote mesmo. Empresário não fica inadimplente, ele dá calote”, afirma especialista em finanças pessoais José Nicolau Pompeo, professor da PUC-SP.

Apesar de estarem conscientes da situação difícil da economia, as instituições bancárias não costumam sair perdendo na negociação de dívidas.

“O banco sabe o seguinte: você se endividou porque deram crédito, o empresário se endividou porque deram crédito, o Brasil se endividou porque deram crédito”, afirma o professor. «Só que eles [os bancos] vão sempre fingir que não sabem.”

Muita calma nessa hora

Por isso, na hora de negociar, o especialista em finanças recomenda sangue frio. “O banco sempre vai dar uma negativa na primeira visita. Ele quer é forçar você a pagar”, diz.

José Nicolau ensina que, para poder negociar bem, é preciso mostrar o quanto se ganha e as despesas. Depois, é hora de falar o quanto é possível pagar e manter a calma.

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“Por exemplo, falo que um cliente que tem uma dívida de R$ 20 mil, pode pagar R$ 1 mil. O banco diz que não quer, que não pode, me manda embora. Eu digo: está bom, eu vou, mas você não vai ver nunca mais [o dinheiro]. Aí o banco chama e diz que está bom. Está nesse nível o Brasil”, relata o professor.

Atenção aos descontos

O educador e terapeuta financeiro Reinaldo Domingos, da DSOP, também afirma que sempre há possibilidade de negociar a dívida com valores menores.

“Quando a dívida é executada, com o nome negativado, e vai para uma empresa de recuperação de crédito, é possível reduzir o valor em até 80%”, diz. “Com a crise e a possibilidade de calote crescente nos bancos, é um bom momento para renegociar.”

Domingos reforça que é preciso ter paciência para equilibrar as contas e fazer uma boa proposta. “Às vezes, negativar o nome é a melhor coisa que pode acontecer, porque a pessoa é obrigada a parar de gastar. Se aprende na dor”, completa.

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