Foco

Mortos na tragédia em estrada do litoral de SP terão velório coletivo

As vítimas do acidente ocorrido no final da noite de quarta-feira na Rodovia Mogi-Bertioga deverão ser veladas em cerimônias coletivas em São Sebastião, município onde residiam. Segundo a prefeita de Guarujá, Maria Antonieta de Brito, após a identificação, que está ocorrendo no Instituto Médico-Legal (IML) do município, que fica no litoral paulista, os corpos serão levados para locais preparados em Juqueí, Boiçucanga e Barra do Una. “São três lugares para facilitar o acesso dos familiares, da comunidade de São Sebastião”, ressaltou.

ANÚNCIO

Morreram 18 pessoas, após um ônibus, que trazia estudantes universitários, capotar na rodovia. Entre os mortos, está o motorista, que trabalhava há dois anos para a empresa União do Litoral, no coletivo fretado pela prefeitura de São Sebastião, também no litoral. Segundo a prefeitura, essa empresa foi contratada para operar 13 linhas de transporte de estudantes universitários e secundaristas, sendo seis no caminho entre São Sebastião e Mogi das Cruzes. A documentação, de acordo com a prefeitura, estava em ordem.

Leia também
Pai é informado por engano sobre morte de filho em acidente na Mogi-Bertioga
Pai de uma das vítimas diz que motorista do ônibus costumava correr demais
‘Fui buscar ele no ponto, ele não chegou’, diz pai de um dos mortos em acidente

Pelo menos outras dez pessoas ficaram feridas, duas em estado grave. Uma delas, Eric Augusto Ramalho, está na Unidade de Terapia Intensiva (UIT) do Hospital Santo Amaro, no Guarujá.

O trecho da estrada onde o ônibus tombou era de declive e com pouca iluminação, afirmou o delegado Fábio Pierre. Não estava chovendo, mas o veículo foi arrastado violentamente ao tombar, ficando com as rodas para cima e teve toda a parte do teto destruída, inclusive a cabine.”A maioria das vítimas sofreu contusões muito sérias na cabeça”, disse o delegado.

As prefeituras de São Sebastião, Guarujá e a Polícia Civil uniram esforços para que a identificação e a emissão dos atestados de óbitos sejam feitas no mesmo local, acelerando a liberação dos corpos e facilitando o trâmite para as famílias. As vítimas estão sendo reconhecidas pelos parentes por fotos e pelo exame de impressões digitais. A previsão é que todo o processo seja finalizado ainda na tarde desta quinta.

Pai de Rita de Cássia Lima, o caseiro Otacílio Pereira de Lima estava visivelmente emocionado, enquanto aguardava a conclusão dos trabalhos em frente ao IML de Guarujá. Ele conta que foi informado do acidente por colegas da filha por meio das redes sociais. “Fui até o local para ver se era verídica a informação”, contou. “Não é fácil receber uma notícia dessas. Não é uma notícia, é uma bomba”, acrescentou, sobre seu sentimento ao confirmar a morte da jovem de 19 anos.

ANÚNCIO

Lima disse que sempre se preocupou com a segurança de Rita durante o trajeto de ida e volta pela estrada. “Infelizmente, temos frotas de ônibus sucateados. O nosso governo só se importa em multar a nós motoristas, e não fiscaliza”, desabafou.

De acordo com o delegado Fábio Pierre, o ônibus era de fabricação de 2005. Apesar da estrada ser perigosa, o motorista conhecia bem o trajeto que fazia há pelo menos dois anos. Para ele, o acidente pode ter sido decorrência de uma conjunção de fatores, mas só a perícia poderá identificar se houve falha humana, condições adversas na estrada ou mesmo problemas mecânicos.

ANÚNCIO

Tags


Últimas Notícias