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Polícia investiga estupro de menina de 13 anos no DF

A Polícia Civil do Distrito Federal, por meio da Delegacia da Criança e do Adolescente, investiga o estupro de uma menina de 13 anos por três colegas de escola. Ela teria sido dopada e abusada por eles depois de uma festa junina de igreja, no Park Way. O caso veio à tona após o médico que atendeu a menina ter escrito depoimento emocionado nas redes sociais.

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De acordo com a denúncia, feita na delegacia pela avó da criança, o crime aconteceu no último fim de semana, de sábado para domingo. A vítima foi para a festa junina, onde bebeu catuaba oferecida por três meninos. Ela só acordou no outro dia, na casa de uma amiga, que relatou o que teria acontecido e providenciou ajuda.

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‘Boa noite, Cinderela’

Segundo o médico que atendeu a menina na manhã do domingo, Alexandre Paz, ela consumiu, sem saber, um medicamento chamado Rohypnol, poderoso relaxante muscular e indutor do sono, frequentemente utilizado no golpe conhecido como “Boa noite, Cinderela”, em que a vítima é dopada sem perceber.

O médico providenciou que a criança tomasse todos os coquetéis indicados para o caso, que evitam doenças sexualmente transmissíveis como HIV, e mesmo gravidez. Alexandre mostrou-se comovido em seu depoimento.

“Percebo que na prática eu precisava de mais informações pra fazer aquele atendimento bem feito. Precisava de muito mais que o protocolo médico me ensina. A teoria foi pouco. Precisava achar uma palavra de consolo pra dizer. Amor, esperança, sei lá. Precisava dizer algo positivo para aquela criança (sim, criança)”, escreveu (leia outro trecho do depoimento ao lado.

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Cultura do estupro

O caso acontece apenas duas semanas depois da polêmica envolvendo o estupro coletivo de uma menina de 16 anos, no Rio de Janeiro, que também foi abusada sexualmente por vários homens enquanto estava desmaiada. Dois suspeitos já estão presos.

Depoimento: ‘A culpa nunca é da vítima’

“[…] Eu precisava achar uma palavra de consolo pra dizer. Amor, esperança, sei lá. Precisava dizer algo positivo para aquela criança (sim, criança). 

     O que a minha mente exaurida encontrou pra dizer foi apenas que ela nunca deixasse que ninguém a fizesse acreditar que a culpa era dela. A culpa é do praticante do estupro, não da vítima. Nunca da vítima. Foi isso que eu disse.

    Por algum motivo naquela hora também me veio à cabeça o projeto de lei que tramita no Congresso, de autoria da nossa estimada bancada religiosa, composta por homens de bem, que limita o atendimento de vítimas de estupro pelo SUS.

      É, minha amiga. Ajudei-te no que pude e consegui. Sei que o que fiz foi muito pouco. Você hoje viveu, cedo demais, o pior aspecto que se pode imaginar em ser mulher. Tenha força. Pode até ser que você não engravide, ou pegue AIDS, mas você vai carregar esse dia nas costas pelo resto da vida. Tenha força.

     Quanto a mim, eu terminei o atendimento, fechei a porta do consultório e chorei como há muito não fazia. […]”

Alexandre paz, médico que efetuou primeiro atendimento em vítima de estupro, no Facebook

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