
O Congresso precisa apoiar o vice-presidente Michel Temer na aprovação de reformas estruturantes, em especial a reforma política, caso ele assuma a Presidência da República por ocasião do afastamento da presidente Dilma Rousseff, afirmou nesta quarta-feira o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL).
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O senador avaliou que o sistema político está deturpado e que a forma de financiamento das campanhas está no coração das crises do presidencialismo brasileiro.
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Pouco antes do início da sessão, em entrevista a jornalistas, Renan apontou ainda a necessidade de uma revisão da lei que rege o processo de impeachment, por acreditar que o afastamento do chefe do Executivo a partir da admissibilidade do pedido no Senado significa, na prática, um pré-julgamento.
Renan disse ainda que não participará da formação do eventual novo governo por acreditar que esse não é o papel do presidente do Senado, mas que irá ajudar «da forma que puder» no trâmite de reformas que forem encaminhadas ao Legislativo.
«O presidente Temer, se for essa a decisão do Congresso Nacional, pelo menos na sua interinidade, e depois se for o caso da sua posse definitiva, é necessário que ele tenha o apoio do Congresso Nacional para fazer as reformas estruturantes e para fazer sobretudo a reforma política», disse a jornalistas.
Renan adiantou que não participará da votação de admissibilidade do pedido de impeachment da presidente para «manter a independência, a isenção e a imparcialidade» na condução do processo.
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A sessão do Senado foi aberta às 10h, uma hora após o previsto. Renan destacou que se esforçaria para terminá-la antes das 22h, mas admitiu não saber se isso seria possível.
Se o pedido de análise do processo de impeachment for aceito por maioria simples do total de 81 senadores, a presidente será afastada por um período de até 180 dias, e o vice-presidente Michel Temer assumirá a Presidência interinamente.