Brasil

Falta de capacitação de pilotos contribuiu para queda do avião de Eduardo Campos

Falhas humanas foram determinantes para a queda do avião que levava do Rio de Janeiro para Santos (SP) o então candidato a presidente da República pelo PSB, Eduardo Campos, em 13 de agosto de 2014 — outras seis pessoas também morreram. Embora a Aeronáutica não aponte uma razão única para o acidente, a conclusão dos 17 meses de investigação enumera como fatores contribuintes a falta de treinamento do piloto e do copiloto para pilotar o Cessna 560 XL; as condições meteorológicas adversas; o descumprimento da carta aeronáutica do voo; e a hipótese de desorientação espacial.

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Uma eventual “fadiga” da tripulação também é relatada. O piloto reclamou nas redes sociais estar “cansadaço” — entre 1º e 5 de agosto a carga de trabalho foi extrapolada e não foi possível saber se o mesmo ocorreu no dia anterior ao acidente — um teste inédito de identificação biométrica apontou, porém, cansaço na voz, na fala e na linguagem do copiloto.

A investigação também traçou o perfil da tripulação. O piloto era experiente, mas só tinha autorização para pilotar o modelo anterior do Cessna. O copiloto não tinha autorização para voar em qualquer modelo Cessna.

A queda

O avião deixou o Rio de Janeiro, aparecia nos radares de São Paulo e o contato com Santos era via rádio. O tempo, que era calmo quando o plano de voo foi autorizado, mudou duas horas depois para chuva e névoa úmida, condição desconhecida pelos pilotos. “Não foram detalhadas as informações de teto e visibilidade que poderiam preparar a tripulação para operação por instrumentos”, reconheceu o investigador major aviador Carlos Henrique Baldin.

O avião se preparou para o pouso em local diferente do programado, arremeteu sobre a pista e fez uma curva não prevista para a esquerda. A principal hipótese é  que os pilotos tentaram se manter em condições visuais para uma nova tentativa de aproximação e pouso. A manobra teria provocado a perda de noção de onde estavam. “O equipamento pode não ter reconhecido o procedimento. Não estava programado”, citou Raul de Souza. O Cessna estava com a documentação e inspeção em dia e caiu a uma velocidade de 694,5 km/h em um bairro de Santos.  

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