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Saiba quem é o consultor que pediu habeas corpus em nome de Lula

Ele não é advogado, nem amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e tampouco filiado ao PT, apesar de ser eleitor do partido, mas temendo que seu ídolo – a quem viu uma única vez em 1985, durante visita do petista ao diretório do partido em Campinas – fosse injustiçado, o consultor Maurício Ramos Thomaz provocou furor no caso Lava Jato nesta quinta-feira ao impetrar um habeas corpus preventivo para impedir que Lula fosse preso, caso, segundo ele, o juiz federal Sérgio Moro emitisse um mandado de prisão contra o ex-presidente.

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O pedido nem sequer teve a autorização de Lula e surpreendeu o próprio Moro, que correu e emitiu nota avisando que o ex-presidente não é investigado dentro da operação.

A confusão provocada por Thomaz foi tão grande que o desembargador do TRF-4 (Tribunal Regional Federal), João Pedro Gebran, que negou o HC no início da tarde, foi forçado a decretar por 48 horas sigilo sobre o processo, devido ao excesso de consultas relativas ao HC no portal, que prejudicou o sistema processual eletrônico do tribunal.

Thomaz, por sua vez, não escondeu a importância meteórica recebida por parte da imprensa. Ele diz que a ideia surgiu de uma conversa com um amigo. “Ele perguntou se havia risco de Lula ser preso, percebi que havia e escrevi a peça do HC porque pensei em poupar o ex-presidente porque prender o Lula seria a glória para ele [Sérgio Moro].”

Aventura jurídica

O desembargador classificou o pedido como “aventura jurídica, que em nada contribui para o presente momento, talvez prejudicando e expondo o próprio ex-presidente, uma vez que habeas corpus foi proposto à sua revelia”, segundo escreveu.

Thomaz poderá ter de responder criminalmente. O desembargador enviará a petição ao Ministério Público Federal porque ele usou linguagem “imprópria, vulgar e chula”, ofendendo a honra de várias pessoas, entre elas, do juiz Moro. O consultor disse que Moro teria “fraudado a sentença de Nestor Cerveró”.

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Defesa de Lula 

Os advogados de Lula impetraram um recurso no TRF-4 pedindo para que o HC não fosse analisado. A defesa alegou que ele foi impetrado por “pessoa estranha, inspirada por vários interesses, como o de se fazer notar pela imprensa ou mesmo por interesses políticos”.

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