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Estudo da CET defende fim do Minhocão em São Paulo

A demolição do elevado Costa Silva (Minhocão), que desde 1971 é a principal ligação entre as zonas leste e oeste da capital, conta com o aval dos técnicos da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).

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Estudo elaborado com  simulações do fluxo de veículos aponta que a medida é viável desde que uma série de intervenções sejam realizadas para preparar as vias que receberão os veículos que hoje trafegam pelo elevado. Segundo o levantamento, a demolição elevará o tráfego em nove vias (veja no quadro). “Há impactos no sistema viário que devem ser mitigados (reduzidos) com medidas de engenharia de tráfego e obras”, segundo trecho do estudo.

Entre as intervenções propostas pela CET estão a adoção de faixas exclusivas de ônibus, ampliação da rua Frederico Steidel, para facilitar a ligação com a rua Amaral Gurgel e o Largo do Arouche. A obra também permitiria a manutenção do terminal Amaral Gurgel. Os técnicos ainda indicam a necessidade de mudanças em vias do bairro de Campos Elísios.

Na conclusão, o levantamento afirma que as simulações realizadas indicam que os impactos da transferência de veículos do Minhocão para as ruas e avenidas no entorno “não são significativos, permitindo a desativação do Elevado Costa e Silva.” O órgão de trânsito prevê que a retirada dos pilares que sustentam a estrutura permitirá a ampliação de ciclovias e o alargamento da avenida General Olímpio da Silveira.

Projeto de lei

Autor do projeto de lei que propõe o fechamento do Minhocão aos sábados, já aprovado em primeira votação, o vereador José Police Neto (PSD)  avalia que o uso de faixas de outras vias torna viável fechar o elevado a partir das 14h– proposta também defendida pelo prefeito Fernando Haddad (PT).

“O desafio é definir que tipo de ocupação poderá ser realizada no local, o horário de abertura e fechamento, limpeza.  Acredito que ninguém prefere carro a pessoas, mas temos que evitar problemas para quem mora lá”. O vereador conta que a Câmara pretende contratar o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) para também elaborar um estudo sobre os impactos da demolição do elevado.

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Análise

Horácio  Figueira – Engenheiro de Transportes

‘Lugar do elevado é no chão’ 

A demolição do elevado é o melhor caminho para colocar em prática um projeto de reurbanização da região. O Minhocão no chão será viável desde que o foco deixe de ser dado aos veículos e passe para as pessoas, para o transporte público.  A prefeitura tem de atrair parte dos motoristas que hoje utilizam o elevado, e que passariam para as vias o entorno, para o sistema público de transporte. O espaço hoje ocupado pelos pilares que sustentam o Minhocão pode dar lugar para o corredor de ônibus, permitindo a instalação de baias e facilitando as ultrapassagens entre os veículos. Um fluxo de trinta ônibus, cada um com 35 passageiros, pode transportar 1.050 pessoas por hora. Antes da demolição, a CET deveria colocar em teste o fechamento aos sábados. Em uma segunda fase, impedir o acesso por 15 dias. O resultado comprovará que o Minhocão hoje é apenas uma garagem vertical.
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Alguns leitores aceitaram o desafio e pintaram o Centro. Confira:

 

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