Brasil

Prioridade do governo, Educação deve ter corte de R$ 9 bilhões, diz agência

Os cortes no Orçamento da União de 2015, que serão anunciados na tarde desta sexta-feira, somarão quase R$ 70 bilhões, de acordo com duas fontes do governo, e a área de Educação será uma das mais atingidas.

ANÚNCIO

Área prioritária do governo da presidente Dilma Rousseff, a Educação terá corte de cerca de R$ 9 bilhões. «Pela primeira vez, haverá um grande corte na Educação», informou a mesma fonte.

No ano passado, os programas de Educação estiveram entre as principais âncoras da campanha de reeleição de Dilma.

O corte no Orçamento será de R$ 69,9 bilhões, em montante praticamente idêntico ao indicado por pesquisa Reuters, que na última quarta-feira informou que economistas de mercado previam um contingenciamento de R$ 70 bilhões.

O bloqueio de verbas do Orçamento da União em recursos movimentados pelo Poder Executivo vai abranger todos os ministérios e órgãos federais, abarcando gastos com o custeio da máquina, projetos sociais, educação, saúde e obras de infraestrutura, incluindo investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e do programa Minha Casa Minha Vida, segundo uma das fontes ouvidas pela Reuters.

«O governo vai cortar 50 bilhões de reais na carne», disse a fonte, falando em condição de anonimato, acrescentando que outros 20 bilhões de reais serão por emendas parlamentares bloqueadas.

De acordo com a segunda fonte, o elevado corte, o maior já feito, visa convencer investidores de que Dilma está comprometida em garantir a manutenção do rating em grau de investimento do país.

ANÚNCIO

Apesar do contingenciamento expressivo, a maioria dos analistas acredita que ele não será suficiente para ajudar o governo a cumprir a meta de superavit primário, a economia feita pelo governo para pagamento de juros da dívida pública.

O bloqueio do ano passado ficou em R$ 44 bilhões e nos anos anteriores variou entre R$ 40 bilhões e R$ 55 bilhões.

Inicialmente, o governo planejava uma restrição orçamentária de R$ 60 bilhões, mas o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pressionou por um corte mais duro, de cerca de R$ 80 bilhões, para cobrir despesas não pagas no ano passado. Ele disse nesta semana que o congelamento ficaria entre R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões.

O bloqueio de gasto está sendo acompanhado de medidas de reforço da receita. Nesta sexta-feira, o governo editou Medida Provisória elevando em cinco pontos percentuais, a 20%, a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de instituições financeiras, em medida destinada a gerar um ganho de arrecadação de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões.

Dilma tem elevado uma série de impostos para cativar investidores.

«Eles estão entre a cruz e a espada porque não têm muita flexibilidade», disse o estrategista-chefe para mercados emergentes do TD Securities, Cristian Maggio. «Mas sabem que têm de evitar mais deslizes fiscais se quiserem manter o grau de investimento», acrescentou.

O corte de gasto, a elevação da CSLL e as demais medidas adotadas do ajuste fiscal têm o objetivo de fazer o governo cumprir a meta de superávit primário de 2015 de pouco mais de R$ 66 bilhões, ou 1,1% do PIB com base na nova metodologia para as contas nacionais do IBGE.

Ainda assim, o alvo permanece distante. Em 12 meses encerrados em março, o deficit primário acumulado era de 0,7% do PIB.

ANÚNCIO

Tags


Últimas Notícias