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Com barco ecologicamente sustentável, família Schurmann se lança em ‘Expedição Oriente’

Nova aventura da família Schurmann, rumo ao Oriente, vai durar dois anos e três meses | Luciano Candisani/Divulgação
Nova aventura da família Schurmann, rumo ao Oriente, vai durar dois anos e três meses | Luciano Candisani/Divulgação

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O português Fernão de Magalhães (1480 – 1521) é considerado o primeiro navegador a viajar por circunavegação.

Mas no livro “1421 – O ano em que a China descobriu o mundo”, o britânico Gavin Mendes afirma que os chineses foram os pioneiros. Inspirada nessa teoria, a família Schurmann embarcou, domingo, em Itajaí (Santa Catarina), para uma nova aventura: a “Expedição Oriente.»

“A tese diz que em 1421, esquadras com juncos de até 160 metros partiram da China até os confins da Terra para recolher tributos dos bárbaros. Sairemos em busca de algumas dessas rotas”, afirmou o capitão Vilfredo Schurmann.

Nos próximos dois anos e três meses, eles passarão por 29 países e cinco continentes.

O barco “Kat” é maior em relação aos outros. “Antes eram 44 pés, o equivalente a 24 metros por 15 metros. Agora já são 80 pés (25 metros). Com essa nova embarcação, conseguimos levar guarda-pratos, fogão, micro-ondas”, diz a mulher de Vilfredo, Heloisa Schurmann.

O novo barco tem como característica usar as tecnologias mais avançadas para que a viagem seja sustentável. “Cerca de 40% da energia gasta será suprida com alternativas”, afirma David Schurmann, filho do meio, cineasta e líder em terra da expedição. Além de geradores eólicos e painéis solares, o veleiro também usa um sistema de captação energética por meio das correntes marítimas.

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Toda a água consumida pelos 12 tripulantes vem do mar, já que dentro do barco existe um dessalinizador automático que transforma a água salgada em doce e potável.

A família já é conhecida por suas navegações ao lado dos filhos: Pierre, David e Wilhelm. Ao todo, já participaram de quatro grandes viagens: “10 Anos no Mar”, em 1984, que percorreu 36 países; “Magalhães Global Adventure”, em 1997, em 27 lugares; a “20 Anos no Mar”, em 2004, que passou apenas pela costa brasileira; e a “Expedição U-513 – Em Busca do Lobo Solitário”, em que eles encontraram um submarino alemão da Segunda Guerra Mundial no litoral do Brasil.

A “Expedição Oriente” também marca a estreia da terceira geração da família a bordo. Filho de Pierre, o jovem Emmanuel, integrará a tripulação.

Decisão inusitada que mudou a vida da família

Em 1984, o economista Vilfredo Schurmann e a esposa, a professora Heloisa, decidiram largar as carreiras para seguir um sonho: o de viajar pelo mundo. Na ocasião, o casal velejou com os filhos Wilhelm, de 7 anos, David, de 10, e Pierre, de 15.

“Talvez essa seja a nossa maior dificuldade: a convivência diária, em um espaço pequeno, com as mesmas pessoas. Mas sempre paramos, desembarcamos e fazemos filmagem nos lugares, para deixar o ambiente mais harmonioso”, explica Heloísa.

Embarcação homenageia filha morta 

Batizado de “Kat”, o novo barco da família Schurmann homenageia a filha caçula, que morreu em 2006, aos 14 anos, em consequência de uma pneumonia. Adotada, a menina entrou na família por acaso.

A mãe biológica de Kat, que era da Amazônia, contraiu o vírus do HIV por meio de uma transfusão de sangue, e acabou contaminando a filha. Com o marido neozelandês, a mulher decidiu entregar a criança aos Schurmanns. Dos 5 aos 8 anos, Kat conheceu 19 países.

A menina será homenageada também em um filme produzido pelo irmão e cineasta, David Schurmann.

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