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Suspeito de chefiar máfia de ingressos é solto e continuará trabalhando

Ray Whalen (à esq.) era o líder do esquema de venda ilegal de ingressos | Stringer/Reuters
Ray Whalen (à esq.) era o líder do esquema de venda ilegal de ingressos | Stringer/Reuters

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A polícia do Rio soltou, na madrugada desta terça-feira, o britânico Ray Whelan, diretor executivo da Match, única empresa autorizada pela Fifa para venda de pacotes de ingressos e camarotes da Copa. Ele conseguiu o benefício após pedido de habeas corpus feito pelos advogados.

Segundo a polícia, Whelan seria o chefe do esquema milionário de venda ilegal de ingressos da Copa, pelo qual já foram presas 11 pessoas na última terça.

O delegado responsável pela investigação, Fabio Barucke, da 18ª DP (Praça da Bandeira), disse que chegou ao nome do diretor da Match com a colaboração do advogado José Massih, um dos 11 presos sob suspeita de integrarem a quadrilha. «Ele foi imprescindível para chegarmos nessa pessoa. A Fifa enviou a lista dos credenciados, que bateu com as declarações dele», disse o delegado.

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Whelan vai continuar a trabalhar

A Match Services, empresa associada à Fifa, confirmou que o diretor-executivo Raymond Whelan permanecerá no cargo, mesmo após ele ter sido preso – e posteriormente solto – sob a acusação de liderar uma quadrilha internacional de venda ilegal de ingressos para a Copa do Mundo.

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O anúncio foi feito em um comunicado da empresa, única autorizada pela Fifa a comercializar ingressos aliados a pacotes de hospedagem para jogos no Mundial, na manhã desta terça-feira.

«Ray Whelan foi liberado da custódia policial e irá auxiliar a polícia durante o inquérito. A Match tem completa fé de que os fatos irão estabelecer que ele não violou qualquer lei», diz o comunicado.

«A Match continuará a apoiar totalmente todas as investigações policiais, as quais acreditamos que irão exonerar Ray completamente. Enquanto isso, Ray Whelan e todos os colaboradores da Match irão continuar a trabalhar em nossas áreas operacionais para entregar uma Copa do Mundo de sucesso», completa o comunicado assinado pelo assessor de imprensa Andreas Herren.

Whelan passou os últimos dois anos no Brasil. De hotel em hotel, vendia pacotes VIP e observava quais hotéis atendiam critérios para credenciamento como acomodações oficiais.

Ele trabalhava oficialmente pela Match, mas em questões de interesse da Fifa, sua parceira comercial.

Whelan seria o chefe do esquema milionário de venda ilegal: 

Doze pessoas serão indiciadas por cambismo

A Polícia Civil vai encerrar nesta terça-feira o inquérito da Operação Jules Rimet, que investiga um esquema de venda ilegal de ingressos para a Copa do Mundo. O delegado responsável pelo caso, Fábio Barucke, disse que indiciará 12 pessoas pelos crimes de associação criminosa e cambismo (venda de ingressos por preço acima do impresso no tíquete) e pedirá a prisão preventiva dos envolvidos.

Entre os indiciados está Raymond Whelan, diretor da empresa Match Hospitality, que tem direitos exclusivos para a venda de pacotes de hospitalidade da Copa de 2014 (que inclui além de ingressos, serviços como acesso a áreas exclusivas dos estádios, buffet e estacionamento). Whelan chegou a ser preso ontem pela polícia, mas foi solto na madrugada de hoje, por determinação da Justiça do Rio. Mais 11 envolvidos no esquema já tinham sido presos temporariamente há uma semana.

“O procedimento agora será encaminhado para a Justiça. Os indícios são fortes (para a prisão dos suspeitos). A soltura (de Whelan) faz parte do processo. A Justiça entendeu que ele tinha direito de responder em liberdade, que não iria fugir. Mas ela não analisou o inquérito. As provas não foram analisadas. Então, agora vou encaminhar para que a Justiça possa analisar”, disse Barucke.

O delegado disse que havia um depoimento de Whelan marcado para as 10h de hoje, mas o investigado não compareceu. Portanto, ele deve ser ouvido apenas pela Justiça. Segundo Barucke, Whelan, que é britânico, pagou fiança e entregou seu passaporte para a Justiça fluminense.

Mesmo com a conclusão do inquérito, a Polícia Civil continuará investigando a participação de outras pessoas no esquema.

Em seu site, a Federação Internacional de Futebol (Fifa) informou que continua colaborando com as autoridades locais e que fornecerá todos os detalhes solicitados para auxiliar na investigação da Polícia Civil na Operação Jules Rimet.

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