a guerra | Alkis Konstantinidis/Reuters
ANÚNCIO
Apesar de uma breve calmaria ao longo do dia na Ucrânia, houve atos de violência ontem na cidade portuária de Mariupol, no leste do país, segundo a mídia local. O dia foi marcado pelo enterro de separatistas pró-Moscou e de nacionalistas mortos no fim de semana.
Leia mais
• Ucrânia diz estar pronta para negociar se Rússia apoiar eleições
•Rússia acusa Europa de ignorar fascismo na Ucrânia
O aumento da violência mudou o tom do discurso diplomático. Especialistas falam cada vez mais da probabilidade de uma guerra no país. “As imagens sangrentas de Odessa nos mostraram que estamos só a alguns passos de um confronto militar”, disse ontem o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier.
Separatistas na região de Donbass, no leste, prometem um referendo sobre a independência no dia 11 de maio semelhante àquele que antecedeu a anexação russa da Crimeia.
O Departamento de Estado dos EUA disse que “nenhuma nação civilizada irá reconhecer os resultados”.
Análise de Newton Carlos (Jornalista)
ANÚNCIO
‘Mais difícil do que a Guerra Fria’
Numa revisão das relações dos EUA – a Ucrânia como foco – o secretário de Estado John Kerry disse que “a diplomacia contemporânea está mais difícil do que a Guerra Fria”. A jornalistas, um membro de sua equipe deixou transparecer a convicção de que o momento não é favorável a Washington.
Falou com se estivesse entregando a Ucrânia a Putin, registrou um repórter presente, que teve o cuidado de anotar o que lhe pareceu uma confissão de perdas. As negociações comerciais dos EUA com a Ásia estão paralisadas e a China vai se impondo como potência dominante no Pacífico. O processo de paz no Oriente Médio está na UTI. Assad está ganhando na Síria. Pyongyang ameaça com novo teste nuclear.
Os EUA não têm a vontade de atuar contra genocídios no Sudão do Sul e na República Centro-Africana, massacres horríveis.
Nos bastidores, sobretudo no Pentágono, há rumores sobre pressões para medidas de contenção da China. Obama seria contra, tendo em vista os riscos. E as contradições? Obama e Kerry sabem que intervir militarmente na Síria pode ajudar “jihadistas” anti-Ocidente. O mesmo aconteceria com exigências de democratização do Egito.