Cereais e outros produtos derivados da aveia estão chegando à mesa dos consumidores americanos com uma alta dose de substâncias cancerígenas, segundo um estudo encomendado pela organização EWG (Environmental Working Group), ativista na área ambiental.
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Isso acontece porque o pesticida mais utilizado nos EUA é o Roundup, da companhia Monsanto, cujo princípio ativo é o glifosato, uma substância altamente tóxica. Cientistas consideram como aceitável a ingestão de apenas 0,02 mg, mas o estudo verificou que a maioria dos produtos à base de aveia excedeu – e muito – esse limite. Foram analisados mais de 60 alimentos diferentes.
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O glifosato começou a ser combatido recentemente por conta de uma ligação do herbicida com casos de câncer em humanos e animais. Quando consumido em excesso, ele pode causar câncer, depressão, Alzheimer, diabetes, autismo e Parkinson, segundo pesquisa de cientistas da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).
A companhia Monsanto, que pertence ao grupo da empresa farmacêutica Bayer AG, defende o uso de glifosato em seus produtos e diz que é completamente seguro para o consumo humano.
A empresa, porém, foi condenada na semana passada (11) a pagar 289 milhões de dólares (equivalente a R$ 1,1 bilhão) ao jardineiro Dewayne Johnson. Ele afirmou ao tribunal de Justiça da Califórnia que o câncer que ele teve foi devido o uso de Roundup e outros pesticidas à base de glifosato enquanto trabalhava como zelador de escola.
Nos EUA, o glifosato costuma ser pulverizado em plantações de trigo, cevada, aveia e feijão, mas também pode ser usado no combate a ervas daninhas para safras de maçã, banana, cacau, café, cana de açúcar, entre outras.
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Glifosato no Brasil
Por aqui, o uso de glifosato é permitido e costuma ser utilizado em plantações de soja transgênica, milho e algodão. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) está analisando, há 10 anos, se o uso do herbicida é realmente nocivo ou não.
Em evento no Rio de Janeiro na última quinta-feira (16), o ministro da Agricultura Blairo Maggi disse que uma eventual proibição definitiva do uso de glifosato se tornaria um «desastre» para a agricultura do Brasil. Maggi acredita que as críticas não tem fundamento e que soam como «lenda urbana».