O carro autônomo é um dos avanços mais esperados dos tempos atuais. Já imaginou ir para o trabalho, voltar para casa, viajar, sem precisar manter a atenção durante todo o período em que estiver à direção? Pesquisadores do LMA (Laboratório de Mobilidade Autônoma) da FEM (Faculdade de Engenharia Mecânica) da Unicamp já começaram os testes em um veículo comercial adaptado e estão no caminho para chegar a este avanço.
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Janito Vaqueiro Ferreira é coordenador da pesquisa, que reúne diversos trabalhos de outros pesquisadores da faculdade. A meta é criar um veículo inteligente utilizando sensores de baixo custo.
“Começamos faz tempo a nossa pesquisa. Em 2011 pedi a várias montadoras um carro para que pudéssemos utilizar para implantar a tecnologia. Quando conseguimos, iniciamos a adaptação”, explica Ferreira.
De acordo com ele, a intenção do veículo inteligente é reduzir o número de acidentes de trânsito, uma das principais causas de morte no país. “A tecnologia que já é empregada hoje já fez com que houvesse uma pequena redução. Mas nós acreditamos que podemos evoluir muito mais”, comenta.
Diversos dispositivos tiveram que ser criados para que o veículo identificasse o local e, assim, pudesse a partir daí reagir a algum tipo de situação. Foram automatizados o volante, o acelerador e o freio. Depois disso, foram criados algoritmos que permitem a localização híbrida. Tudo isso a partir de sensores de baixo custo – GPS e câmeras de vídeo comuns, com o auxílio de informações fornecidas por um mapa digital.
Um dos passos teve como objetivo reduzir a margem de erro de um GPS convencional, que é de cerca de um metro, para centímetros, para que os movimentos do veículo fossem bem justos. Para isso, o GPS fornecia informação global do ambiente e a câmera de vídeo, informações locais do ambiente. Com tudo isso, foi feita uma fusão dos dados para reduzir a margem de erro.
Os primeiros testes estão sendo feitos no campus. Segundo o coordenador do projeto, uma das etapas foi fazer o veículo percorrer uma linha rente à calçada nas vias. Esse processo foi concluído.
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Outras teses estão em desenvolvimento como parte do projeto do carro inteligente. Uma delas, por exemplo, estuda o atrito no solo para saber a intensidade da freada.
Outro estudo leva em conta momentos em que o motorista assume o volante, o chamado controle cooperativo.
Segundo Ferreira, o caminho para ver esses veículos no mercado é curto. Porém, muito ainda deve ser discutido, principalmente no que diz respeito às leis de trânsito. “Em 30 anos devemos ter esses veículos produzidos em escala industrial, eu acredito. Porém, há muito que evoluir. Por exemplo, em caso de acidente, quem seria o responsável, no caso de dois veículos autônomos?”, questiona.
A expectativa é de que até o ano de 2030, esses veículos já possam estar nas ruas.