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Na contramão de milhares de brasileiras que tentam entrar em modelos entre 36 e 42 fazendo dietas malucas, lipoaspiração e outros processos radicais, muitas mulheres preferem assumir suas curvas, sejam elas mais ou menos avantajadas.
De olho nesse mercado pouco explorado, no começo dos anos 2000, blogueiras brasileiras de moda plus size – a partir do tamanho 44 – começaram a organizar encontros com leitoras, abrir as próprias marcas, fazer desfiles informais e pressionar a indústria fashion para a ampliação da oferta de produtos.
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Foi assim que aconteceu com Renata Poskus Vaz, gordinha assumida e responsável pelo Fashion Weekend Plus Size, que apresentou o Verão 2015 de mais de 200 marcas, durante sua décima edição, esse agosto, em SP. O objetivo do evento é proporcionar um espaço de negócios e trocas entre as grifes e as consumidoras finais.
Plus size
Karina Rodrigues, estilista da marca de moda praia plus size Belle Plage, prefere usar a expressão “mulheres reais” ao se referir as suas consumidoras, embora saiba que a expressão em inglês já está consolidada no mercado como definição de roupas de numeração maior.
Já a blogueira Dé Fernandes diz achar normal usar os termos plus size e até gordinha, contanto que sem conotação pejorativa. “Quem se incomoda com esses adjetivos é quem ainda não aceita o próprio corpo”, alfineta.
Negócios
Por ser um mercado em recente expansão, pelo menos no Brasil, um problema enfrentado é a falta de profisisonalização. Segundo Renata, a excassez de modelistas especializadas em plus size é um dos fatores que encarece a produção e o preço final do produto.
“Quando se amplia a numeração da modelagem, tem que manter a proporção, mas nem todas as modelistas entendem o plus size”, explica Renata. E, completa: “Esse tipo de modelista pode ganhar até mais que a estilista.”
Mesmo com dificuldades, Karina garante que atualmente as compradoras de plus size podem ter seu próprio estilo e escolher opções de peças que também sigam as tendências de moda. “A gente conhece as necessidades dessa mulher. Por isso oferecemos várias padronagens, sem marcar a cliente como plus size.”
Liberdade de compra
Não ser rotulado é um fator importante para as consumidoras. A jornalista Beatriz Nascimento diz já ter chorado em provador após constatar que nenhuma das peças escolhidas serviam nela por estar fora do padrão das confecções. “As lojas não estavam preparadas para quem estava acima do peso”, desabafa.
Para as mulheres, o uniforme da gordinha – como se refere Renata à legging e camisetão pretos que muitas usam por falta de opção – já pode ser aposentado; ao menos para aquelas que têm acesso à lojas especializadas e podem pagar um pouco a mais, porque, de acordo com as modelistas, o aproveitamento do tecido para o corte encarece as peças.