Cerimônia de boas-vindas para brasileiros na Vila dos Atletas tem samba e funk

Após cantar o hino nacional no pulmão e cair no samba mandando o mascote Ginga para o alto, os cerca de  60 integrantes do Time Brasil – entre atletas do handebol, hóquei sobre grama e ginástica artística – receberam as boas-vindas ontem na Vila dos Atletas, na Barra da Tijuca. A cerimônia, com hasteamento da bandeira do país e a do Comitê Olímpico Internacional (COI), será feita para as 207 delegações até sexta, dia da festa de abertura dos Jogos.

“Vamos mostrar que somos capazes, que essa é a nossa chance, que essa é a nossa vez”, disse emocionada a prefeita da Vila, a ex-jogadora de basquete Janeth Arcain. O presidente do Comitê Organizador e do COB, Carlos Arthur Nuzman, explica: “Essa festa traz um sentimento profundo da luta de cada atleta, pela sua participação nos Jogos”.

Uma hora antes do Brasil, às 10h30, o clima foi um pouco diferente. Uma pequena parte da delegação da Coreia do Norte, que tem cerca de 30 atletas, assistiu à cerimônia de forma mais sisuda, e retornou correndo para dentro da Vila. O chefe de missão, Sungbum Yoon, foi sucinto: “Vamos fazer o nosso melhor para o povo da Coreia”. “Eles sempre fazem esse estilo teimoso. As Coreias ficaram 50 anos separadas por conta do regime (atualmente comandado por Kim Jong-un), mas somos o mesmo povo”, explicou uma jornalista de TV da Coreia do Sul, que preferiu não se identificar temendo represálias.

Já a delegação de Uganda entrou no clima. Apesar de não conhecer música brasileira, o nadador Joshua Tibatemwa,  19 anos, nascido em Kampala, mas que estuda nos EUA, caiu no funk. Como a maioria dos atletas, ele quer ir ao Cristo quando a competição terminar e não ficou insatisfeito com a acomodação na Vila. “Eu não esperava um hotel 5 estrelas”, ri. O boxeador Ronald Serugo, 32 anos, também de Kampala, fez o mesmo: dançou sem dó. Ele tem o que comemorar. “É muito duro conseguir a qualificação e estar aqui. O Brasil é maravilhoso”, disse.