Se as intenções da diretoria do São Paulo se concretizarem, o próximo técnico terá um sotaque diferente. O Tricolor tem negociações avançadas com o colombiano Juan Carlos Osorio, comandante do Nacional de Medellín. Ele já deu o “sim” ao clube do Morumbi.
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O português José Peseiro – que está sem clube desde que deixou o Al-Wahda, dos Emirados Árabes, era visto como “plano B”. À Rádio Bandeirantes, ele negou que tenha conversa agendada para segunda-feira com a diretoria tricolor.
Sem a concorrência do lusitano, Osorio está bem próximo de ser anunciado como o substituto de Muricy Ramalho e Milton Cruz, interino que assumiu o comando do Tricolor – mas que deixa claro que quer voltar a ser auxiliar-técnico. Na quarta-feira, Aidar e o vice-presidente de futebol do São Paulo, Ataíde Gil Guerreiro, estiveram em Medellín. Assistiram ao treino do Nacional, almoçaram com Osorio e até conheceram a família do colombiano.
O treinador de 52 anos tem contrato com o Nacional até 2017. Contudo, isso não seria problema para ele.
“Assim como os jogadores têm possibilidades de transferência, os técnicos também têm. Hoje minha dedicação é absoluta ao Nacional. Somos abertos a projetos e às pessoas do futebol. Todos buscam progredir. Escutamos, nos reunimos e projetamos opções para o futebol”, disse ele ao “Globoesporte.com”.
Caso o Nacional caia no campeonato colombiano, o que pode acontecer no fim de semana, é provável que a negociação com Osorio tenha desfecho positivo para o Tricolor.
Análise – Osorio é vitorioso e de caráter forte*
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O técnico Juan Carlos Osorio não apenas é o técnico com mais títulos no Nacional de Medellín. Ele conseguiu criar um estilo de jogo no futebol colombiano. No ano passado, conquistou seu último título, o “Apertura” do Campeonato Colombiano em cima do Junior. Também ficou com a Taça da Liga (2013) e a Super Liga (2012). Na última Copa Sul-Americana, chegou à final, mas perdeu para o River Plate.
Com um estilo de jogo baseado na posse de bola e nas rotações de lado de campo, deixa claro o que aprendeu em sua passagem pela Inglaterra como assistente-técnico do Manchester City entre 2001 e 2006.
Entre suas principais características, está a seriedade e uma rotina que envolve sessões de trabalho com foco na obtenção de resultados de longo prazo.
Tal postura fez dele um dos poucos técnicos que conseguiu permanecer por um período mais longo à frente de um único clube, pois na Colômbia, assim como no Brasil, não existe a cultura de manter um técnico por muito tempo. Os resultados precisam ser de curto prazo.
Embora sua transferência para clubes do exterior já tenha sido especulada, há dois meses ele anunciou que iria renovar seu contrato por mais dois anos com o Nacional. Mas, até agora, não renovou.
À mídia local, o técnico diz que “ouve, atende e fala” com eventuais interessados em seu trabalho, mas que nunca pensou em sair do Nacional no meio de uma competição. Sua equipe empatou por 3 a 3 o primeiro jogo das quartas de final do campeonato colombiano contra o Deportivo Cali. O jogo de volta neste fim de semana pode decidir se ele continua ou não.
Apesar de o Nacional ter sido eliminado nas oitavas de final da Libertadores deste ano pelo Emelec, Osorio sempre disse, dentro dos objetivos que tem para o futuro, que sua prioridade é ganhar a Libertadores ou outro título continental. Será no São Paulo?
*Pablo López – Jornalista, Metro Colômbia
