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Gordofobia? Muitas pessoas se queixam de que a perseguição em ‘Bebê Rena’ seja um estereótipo negativo

Ativistas de body positivity relatam que Martha Scott perpetua uma representação negativa contra pessoas gordas

Escena de la serie 'Bebé reno'
Cena da série 'Bebê Rena' | (Netflix © 2024)

Embora a história de Donnie e Martha Scott de ‘Bebê Rena’ seja basicamente a história do protagonista e criador da série, Richard Gadd, nos ativistas de body positivity, e em certas audiências tem causado muito desconforto que o personagem de Martha seja o típico estereótipo de mulher de tamanho grande desleixada que costuma ser alvo de zombaria no entretenimento.

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Isso foi expresso, por exemplo, por Magda Piñeyro, uma famosa ativista de body positivity na América Latina. Em relação a uma série de comentários feitos por suas seguidoras, sobre como se justifica a premissa de que a série é baseada em uma história real e por que isso é problemático.

"Dizem que a primeira coisa que sentiu ao vê-la foi repulsa. Isso aconteceria com uma mulher normativa? (...) Ela é apontada como uma mulher exagerada, obscena, glutona, suja, que come na frente da TV sentada no sofá. Todos os clichês associados às pessoas gordas. Com isso, é necessário nomeá-la?", questiona Piñeyro.

Diante das alegações de que "assim era Martha na vida real" (seu nome é Fiona Harvey e já a encontraram em todas as suas redes sociais), ela responde:

"Não me importa. Não sabemos o que é real e o que não é. E não estou julgando a realidade dele, mas a carga simbólica gordofóbica", expressou, referindo-se ao fato de que muitos personagens de ficção não se parecem em nada com a realidade.

Agora, diante dos argumentos de que Gadd apenas fala sobre o seu caso, ele se pronuncia sobre o estereótipo das pessoas gordas e outras minorias excluídas (como visto em 'Betty, a Feia', e o método de sedução que Mario Calderón usou ao subestimá-la):

"Dizem que é uma pessoa que se apaixonou à primeira pessoa que lhe deu atenção. Isso sugere que pessoas gordas, isoladas e ignoradas são potenciais assediadoras diante de um pouco de "carinho" (não fale com uma gorda, porque ela se apaixona). O corpo gordo faz parte da trama. Apontá-lo como algo grotesco, marginalizado, com potencial problema de saúde mental, faz parte do estigma", explica.

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Pyñeiro mostra exemplos dos comentários em suas redes.

Agora, o que diz a história do cinema?

Entre perseguidoras gordas e magras: há de tudo, de acordo com a história do cinema

É preciso concordar com Pyñeiro quanto ao estereótipo em alguns casos: assim agem as personagens de Goldie Hawn em 'A Morte lhe Cai Bem' (1992) e Kathy Bates, vencedora do Oscar por 'Louca Obsessão', em 1990, em relação ao estereótipo.

Mas as grandes assediadoras do cinema também não se encaixam em uma aparência específica. Isso acontece com o filme ‘Mulher Solteira Procura’, de 1992, e ‘Obsessiva’, de 2009, onde o personagem de Beyoncé mata uma assediadora que teve um romance com seu marido. Mesmo com o grande filme emblemático do gênero, ‘Atração Fatal’, de 1987, onde Glenn Close faz um dos melhores papéis de sua carreira.

De qualquer forma, o assédio com mulheres normativas até mesmo tomou tons de comédia, como aconteceu com Jennifer Aniston, a chefe abusiva em 'Quero Matar Meu Chefe' (2010) e sua sequência.

Agora: até mesmo o post e o que representa a protagonista de ‘Bebê Rena’ são motivo de debate nas redes sociais.

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