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Christiane Torloni estreia como diretora no documentário ‘Amazônia – O Despertar da Florestania’

Filme faz um resgate da identidade do Brasil através de seu maior bem, as florestas, ainda em abundância

Christiane Torloni e Miguel Przewodowski dividem a direção do longa Marcelo Faustini/Divulgação

Desde a década de 1980, a atriz Christiane Torloni muitas vezes mostrou sua disposição em luta por causas importantes a sociedade brasileira, como nas Diretas Já e também no manifesto “Amazônia Para Sempre”. A Floresta Amazônica sempre a tocou de maneira profunda, e essa declaração de amor e proteção será lançado em forma de filme, no documentário “Amazônia – O Despertar da Florestania”, que estreia nos cinemas nessa quinta.

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Essa é a estreia de Torloni na direção – ela trabalha ainda como roteirista e produtora –, mas a ideia de um filme veio do acaso, quando há sete anos mostrou algumas cenas gravadas por ela ao diretor Miguel Przewodowski, que se encantou com a qualidade do material. “Somos amigos há 30 anos e ela pediu uma opinião sobre o que havia gravado e, assistindo tudo, eu disse: ‘você já começou a fazer um filme’. Ela sorriu e então me convidou para levarmos a ideia adiante”, explica o cineasta.

Seguindo a trilha de pessoas que surgiram na luta pela cidadania, o documentário faz um paralelo de ações governamentais desastrosas no país ao longo dos anos, em contrapartida a símbolos da luta pelo meio-ambiente, como Marechal Rondon, Darcy Ribeiro, os irmãos Orlando e Claudio Villas-Bôas, até Frans Krajcberg e Chico Mendes, para ficarmos nos mais conhecidos.

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Estudo de campo

Christiane protagonizou a série “Amazônia – De Galvez a Chico Mendes” (2007, TV Globo) e esse foi um ponto de virada para a artista, que passou a ser uma ativista, colocando a energia de sua indignação no manifesto “Amazônia Para Sempre”, lançado em 2009 e que conquistou mais de um milhão de assinaturas para a criação de um projeto contra o desmatamento da floresta.

Esse engajamento lapidou ainda mais o olhar de Torloni, que passou a conversar com pessoas que, na Amazônia, lutam diariamente para defender o local. “Queríamos um filme provocativo e não de denúncia. Que o espectador terminasse o filme e colocasse a mão na massa pelo meio ambiente”, conta Miguel. A ideia foi bem executada. Em tempos de afrouxamento de leis de proteção ambiental e descaso com os índios, as imagens e entrevistas podem fazer o espectador refletir sobre seu dia a dia e a relação com seu meio, mesmo nas grandes cidades.

“A ideia é motivar e inspirar as pessoas. Passamos esses últimos anos em uma polarização estúpida e pouco criativa, com separações familiares, entre amigos, que temas assim podem ser uma bandeira comum para unir. Ainda estamos em uma democracia, podemos pressionar os deputados”, diz a diretora.

O que é Florestania?

O conceito foi criado pelo cronista, poeta e pensador acreano Antonio Alves, no final dos anos 1980 para promover uma chamada cidadania adaptada à floresta amazônica. A premissa é a preservação das riquezas naturais da floresta como condição para o desenvolvimento humano econômico e social, e não sua destruição.

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