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Festival de Linguagem Eletrônica busca reflexão sobre ‘bolhas’ do mundo contemporâneo

Obra ‘The Breathing Cloud’, de Dorette Sturm, infla de acordo com a respiração André Porto/Metro Jornal São Paulo

É quase paradoxal que as mesmas tecnologias capazes de expandir horizontes também aprisionem seus usuários em bolhas de informação, como visto em sistemas de redes sociais.

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A 18ª edição do Festival Internacional de Linguagem Eletrônica – File propõe uma reflexão sobre isso a partir de 370 trabalhos com DNA high-tech que entram em exposição a partir desta terça-feira no Centro Cultural Fiesp.

O tema da vez é “O Borbulhar do Universo” e foi definido a partir do panorama delineado pelas quase mil obras inscritas para esta edição. “Não trabalhamos com conceitos a priori. A gente tenta entender o que está acontecendo a partir das inscrições”, explica Ricardo Barreto, que divide a curadoria do evento com Paula Perissinotto.

“Encontramos a pesquisa do cientista Nikodem Popławski, segundo a qual há universos diferentes dentro de cada buraco negro. Do ponto de vista da arte, esse borbulhar de universos é um borbulhar de conceitos”, explica ele.

No aspecto visual, isso se traduz em obras como “Black Hole Horizon”, do alemão Thom Kubli, que materializa o som ao se valer de três alto-falantes produzindo enormes bolhas de sabão enquanto emitem barulhos de buzina de navios.

Outra tendência é a do uso de infláveis. Em “The Breathing Cloud”, da holandesa Dorette Sturm, a luz e o volume da obra aumentam e diminuem de intensidade a partir do som do movimento de inspiração e expiração, como se aquela fosse uma nuvem que respira, como diz o nome do trabalho.

Outra nessa linha é “The Physical Mind”, do holandês Teun Vonk. O visitante se deita sobre a obra e acaba sendo comprimido à medida que as partes inferior e superior da escultura são infladas.

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“Passei um tempo em Xangai e não me sentia conectado com a cidade. Isso mudou depois que tive um acidente e sofri uma experiência de pressão corporal. Percebi que fazer algo no meu corpo alterava o estado do meu cérebro e tentei fazer as pessoas sentirem isso”, diz o artista.

A interação, por sua vez, é uma das características mais marcantes da File. “Essa já é uma propriedade do nosso mundo. É algo que não tem volta”, diz o curador. 

Mostra invade av. Paulista e vai ao CCBB 

Além da fachada do prédio da Fiesp, que exibirá obras em LED, será possível ver trabalhos como “Little Babylon”, uma estrutura que infla e muda de cor de acordo com hashtags no Twitter, na frente do Shopping Cidade São Paulo, e “Singing Tunnels”, que grava o cantarolar de quem passa pela estação Paraíso do metrô e os reproduz com um coral.

No sábado, o CCBB abre uma individual de obras imersivas do belga Lawrence Malstaf.

Serviço

No Centro Cultural Fiesp (av. Paulista, 1.313, Jardins). Abre nesta terça. Diariamente, das 10h às 20h. Grátis. Até 3/9.

 

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