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Série ‘Magnífica 70’ apresenta tempos áureos da Boca do Lixo na TV paga

No universo da série “Magnífica 70”, que estreia domingo, às 21h, os filmes produzidos pela Boca do Lixo – berço do cinema marginal brasileiro no auge da ditadura militar – só poderiam ser classificados de duas formas: imoral ou subversivo. Era assim que o departamento de censura da época cortava cenas ou bania as produções das salas de cinema. Mas o que acontece quando o algoz vira a casaca?

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Casado com a filha de um general (vividos por Maria Luisa Mendonça e Paulo Cesar Pereio), Vicente (Marcos Winter) é um censor que vê sua pacata vida de classe média abalada ao assistir ao filme “A Devassa da Estudante”, cuja estrela, Dora Dumar (Simone Spoladore), o faz reviver memórias do passado. Cheio de culpa após proibir o longa, ele busca se redimir ao usar seu conhecimento para orientar o produtor Manolo (Adriano Garib) a refilmar cenas de forma a terem sua veiculação aprovada. A partir daí, o personagem se vê mergulhado no sedutor mundo do cinema, onde a criatividade e a liberdade correm soltas e contrastam com a repressão moral testemunhada por ele dentro de casa.

“Por um lado, a série apresenta como é viver em um estado onde um departamento controla o que você pode ver, ler e ouvir. Em paralelo, fala sobre como é perigoso se autoreprimir. Todos os personagens têm um pouco disso”, afirma o diretor Cláudio Torres.

Segundo ele, que divide o trabalho com Carolina Jabor, cada um dos 13 episódios da primeira temporada alude a uma das fases de produção de um filme, com direito a citações – no capítulo de estreia, Vicente e Dora filmam em um cemitério logo após uma gravação de um dos filmes do personagem Zé do Caixão.

O título “Magnífica 70” é uma referência ao nome da fictícia produtora de cinema na qual é ambientada a série, produzida pela HBO e com exibição simultânea em toda a América Latina. Apesar de situada na Boca do Lixo, reduto altamente paulistano hoje tomado pela cracolândia, todas as cenas foram rodadas em locações no Rio. “A rua do Triunfo hoje é infilmável. Situamos a Magnífica em uma rua paralela e inserimos imagens de época como acontece no filme ´Milk´, com o Sean Penn”, explica Torres. “Não temos o desejo de contar a história da Boca, mas a história desses personagens sendo atraídos para ela”, conclui

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