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O texano Bob Wilson, 72, já tem praticamente um passe livre no teatro brasileiro. Desde que iniciou uma parceria com o Sesc, há dois anos, o diretor vem presenteando São Paulo com suas montagens calcadas no teatro do absurdo e marcadas por iluminação e maquiagem singulares.
Em 2012, ele trouxe “A Última Gravação de Krapp”, na qual atua e dirige, e também “A Ópera dos Três Vinténs” e “Lulu”, com o Berliner Ensemble. Em 2013 foi a vez de encenar “A Dama do Mar” com atores brasileiros. Agora ele aposta em algo pequeno e, ao mesmo tempo, grandioso.
Em “A Velha”, que estreia no dia 24 no Sesc Pinheiros, Wilson se vale apenas de duas figuras para narrar a fragmentada história de um escritor atormentado por uma idosa. São Willem Dafoe e Mikhail Baryshnikov, alguns dos nomes mais notáveis produzidos pelas artes no século 20.
No palco, o ator e o bailarino – cada qual mestre em sua linguagem – estão praticamente irreconhecíveis, travestidos como palhaços. A caracterização ressalta o absurdo da situação do protagonista, um eco da própria vivência do autor do texto, o russo Daniil Kharms (1905-1942), morto pelo regime soviético, aos 36 anos, em um campo de trabalho forçado.
“A Velha” estreou em 2013, no Reino Unido, e chega ao Brasil após cumprir temporada na Europa e em Nova York. Serão 11 apresentações em SP, que devem gerar uma corrida desenfreada por ingressos.
Parte das entradas começa a ser comercializada nesta terça-feira, às 20h, pela internet (no site sescsp.com.br). O restante será vendido presencialmente a partir de quinta, às 17h30, em qualquer unidade da Rede Sesc: R$ 60 e R$ 20 para comerciários.
