Em outubro de 2016, o Banco Central iniciou o ciclo de redução da taxa de juros, que encerrou o ano em 13,75%. Para 2017, a expectativa do mercado é de que o ritmo de corte seja acelerado, com a Selic chegando, em dezembro, a 10,50%. Apesar do cenário de queda, analistas consultados pelo Metro Jornal afirmam que a renda fixa, em especial o Tesouro Direto, continua sendo uma boa opção de investimento.
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Vitor Mizumoto, analista da Spinelli Corretora, ressalta que o investidor deve prestar atenção aos juros reais (diferença entre o juro nominal e a inflação). “Apesar da tendência de queda das taxas de juros e, consequentemente, do rendimento nominal das aplicações, a inflação também está em tendência de queda. Isso permite que o investidor ainda possa usufruir de uma das maiores taxas de juros reais do mundo”, diz.
A sua recomendação é mesclar as posições entre ativos de mais liquidez – títulos do Tesouro e aplicações de vencimento curto, dependendo do perfil do investidor – com opções com vencimentos mais longos e, se for possível, isenção de Imposto de Renda. Para Mizumoto, o investidor deve ter foco no longo prazo e pensar em suas aplicações como um portfólio, combinando títulos de rendimentos tanto pós-fixados como prefixados.
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Para o pequeno investidor de perfil conservador, o gerente de investimentos da Concórdia Corretora, Mauro Mattes, indica o Tesouro Selic, que acompanha a taxa básica de juros. Para perfis moderado e arrojado, a recomendação é uma composição entre Tesouro IPCA, que paga a inflação e uma taxa prefixada, e o Tesouro Prefixado.
“Para investidores com valores a partir de R$ 100 mil, de perfil de risco moderado, sugerimos uma composição entre em LCI [Letras de Crédito Imobiliário] atreladas ao IPCA, para prazo de três anos, e LCA [Letras de Crédito do Agronegócio] prefixadas até 180 dias”, diz Mattes.
Para analista, ações devem manter valorização
O analista da Spinelli Corretora Vítor Mizumoto avalia que os índices de ações brasileiros devem continuar se valorizando em 2017 com as aprovações de reformas fiscais, trabalhistas, previdenciárias, queda da taxa de juros, além da tendência de recuperação do nível de lucratividade das empresas.
Segundo o analista, para quem não tem muito tempo para ficar acompanhando o que acontece no mercado, a recomendação é a compra de cotas de fundos de investimentos em ações e/ou ETFs (Exchange Traded Funds), deixando, dessa forma, a gestão da carteira para profissionais especializados.
Já Mattes prevê volatilidade da Bolsa, principalmente no primeiro semestre, devido às incertezas políticas e continuidade da elevação da taxa de juros nos Estados Unidos. O investimento é sugerido por ele apenas para investidores com perfil arrojado e com uma exposição no máximo de 20% do patrimônio líquido. As opções são as ETFs e os fundos de ações.