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Pandemônio

Praias lotadas como se a pandemia tivesse acabado. De uma hora para outra, o povo decidiu que o vírus acabou, afinal, nem no segundo lugar do ranking da morte estamos mais. A Índia nos superou.

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Desde a roda de samba nas areias do litoral norte (na verdade litoral todo) de Sampa até um pôr do sol paradisíaco sob aplausos de centenas de pessoas nas pedras do Arpoador, no Rio, muitos decidiram ou saudar a natureza ou o fim do mundo mesmo.

Em São Paulo, quase 400 salvamentos no mar e nas represas, pelo menos 12 morreram. O que barraqueiros e donos de restaurantes faturaram chegou perto do Carnaval passado, lembra? Pois é, foi aquele que espalhou o vírus, provocando tantas mortes, internações e tristezas.

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Mas, se faltou o ar, não faltou a roubalheira, que o diga o Witzel, que perdeu o assento (ao que parece, definitivo) ao primeiro berro do nosso presidente atleta. No governo carioca, o roubo tem sido frequente, salvo engano.

Aí, os nossos outros postulantes a brigar com o Bolsonaro em 2022 recuaram os atacantes e voltaram para uma retranca digna de time pequeno, que não quer perder de goleada ou ser expulsa do jogo e parar, por exemplo, na cadeia. Acho que quando a vacina chegar nem dela vamos precisar. Até lá, muita gente vai morrer e nós vamos atingir a sonhada (para alguns) imunidade de rebanho.

No fundo, pouco somos mais do que gado, que vai para o abate em fila esperando a morte chegar. Quem coloca a cabeça fora deste rebanho corre o risco de perdê-la. Fora isso, temos a famosa volta às aulas. Por aqui, vão fingir que elas estão voltando, mas, na verdade, a maioria dos alunos fica em casa esperando a vacina chegar.

O problema da rede pública é o filho do pobre, infelizmente, que vai para a escola para fazer a única refeição do dia. Se não tem aula, não tem comida. O problema foi driblado pelo auxílio emergencial, em parte, e que será agora dividido pela metade.

Pior, se a ajuda acabar em dezembro, com nossa economia em recessão e sem emprego, de onde é que os pais vão tirar dinheiro para alimentar bocas famintas? Não ouso dizer, afinal, já disse e escrevi tanto que o que sei é que nada sei. Ah, e há qualquer momento pode aparecer o super Paulo Guedes com uma CPMF ou outro imposto qualquer por aí.


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