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Piffero conduz a pior gestão da era Beira-Rio

Leonardo Meneghetti colunistas twitterNem Jarbas Lima, que se mandou depois do primeiro ano abraçado à renúncia, nem algum dos tantos que só perderam. Nenhum presidente fez uma gestão tão atrapalhada quanto Vitório Piffero em 2015/16. Ele conduz a pior gestão da era Beira-Rio, talvez uma das piores de todos os tempos. Não o critico por falta de esforço. E sim por incompetência. Errou na escolha da diretoria. Errou em treinadores. Errou em jogadores. Errou no modelo de gestão amadora que impôs ao clube. O antecessor, Giovanni Luigi, entregou o Inter como terceiro colocado no Campeonato Brasileiro e com o estádio pronto, reformado, palco da Copa do Mundo. Com uma receita de quase 300 milhões, Piffero colocou dentro deste remodelado Beira-Rio, com algumas exceções, uma equipe  de segunda divisão, dos gabinetes ao gramado. A saída pela porta dos fundos está recomendada.

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Para administrar o Inter Vitório Piffero rodeou-se de seus amigos, o que é compreensível. O problema é que os amigos de Piffero foram, também, incompetentes. Veja o caso do futebol: Carlos Pellegrini foi guindado à condição de vice-presidente de futebol sem jamais ter sido assessor do departamento. Na prática, orquestrou o desmanche do time colorado. Mostrou sua inexperiência na Libertadores, quando não enxergou o processo de desmobilização do grupo antes da semifinal. Montou uma preparação quase amadora para o jogo no México. Nem a bordoada dos 5 a 0 o fez balançar no cargo. Então, no começo deste ano, completou o estrago. Não havia reposto as perdas de Nilmar e Aranguiz, nem de Lisandro López e Juan, e estimulou a saída de D’Alessandro, também sem substituto. Pellegrini contribuiu de forma decisiva para colocar o Inter neste buraco.

Como Piffero e Pellegrini, os vice-presidentes Pedro Affatato e Luiz Henrique Núñez são ativos neste processo de apequenamento colorado. Formaram uma gestão que não soube dar sequência à fase profissional que já havia chegado ao Inter. O executivo de futebol, por exemplo, saiu e só foi reposto agora, no desespero. Pellegrini achava o modelo amador o mais adequado. Neófito, considerava-se capaz para mandar sozinho no setor mais importante do Inter. Fez um trabalho medíocre.

Aliás, a prática nefasta de acabar com executivos de mercado e colocar amigos nos cargos escancara a forma amadora desta gestão. Optaram por mandar em tudo, queriam ter controle de tudo, e nem gosto de imaginar por quê. Uma ação entre amigos. Ou melhor: uma ação entre amigos incompetentes. Consideravam-se melhores que qualquer profissional da área. Chegaram a colocar um cirurgião plástico como diretor de mídia. Ex-vice jurídico processado por fraude. E assim “funcionou” esta gestão, atabalhoada, quase circense. O Inter levará alguns anos para se ajeitar depois deste estrago. O provável rebaixamento pode significar apenas o que pode ser visto, aquela pontinha de sujeira que aparece embaixo do tapete.

Jornalista esportivo desde 1986, Leonardo Meneghetti foi repórter de rádio, TV e jornal e está no Grupo Bandeirantes desde 1994. Foi coordenador de esportes, diretor de jornalismo, e, desde 2005, é o diretor-geral da Band-RS. Diariamente comanda “Os Donos da Bola”, na Band TV.

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