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Público é apaixonado por disputas, não por acidentes

colunista helio-castronevesA prova do Texas foi muito interessante e foi muito bom voltar ao oval e constatar o resultado positivo de todo os trabalho feito pela Chevrolet, Honda e a IndyCar em nome da segurança. Apesar de todas as mudanças que foram feitas já em Indianápolis, havia atenção especial para o que pudesse acontecer no oval do Texas, mas deu tudo certo.

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Digo isso com toda a tranquilidade porque tenho certeza que o público do automobilismo, em casa ou na pista, não fica esperando por acidentes, como alguns pensam. Quando acontece alguma coisa na pista, o público sofre com a gente. Cansei de ver isso na minha carreira e voltou a se repetir no meu acidente em Indianápolis.

Isso porque o fã quer ver velocidade, disputa, estratégia, ousadia, várias equipes lutando pela vitória, pilotos brigando entre si de forma ética e respeitosa. Tenho certeza que quer ver o espetáculo acontecendo a partir do talento e da competência. A reação do torcedor é o termômetro do que a gente faz. Da mesma forma que ele fica alucinado com uma disputa de alto nível, perde a sua motivação se um mesmo cara ganha o tempo todo.

Não me entendam mal, por favor. O piloto não tem de dar chance para ninguém. Se o cara tem chance de entrar lá e vencer 100% das corridas, parabéns para ele. O que não pode é um formato de esporte que faz você saber, antes de começar, quem será o vencedor. Não há motivação ou paixão que aguente.

O resultado do Texas mostra bem isso. Quem olhasse para a fase de preparação e o Qualifying, provavelmente iria apostar na vitória com sobras da Penske. Só que na pista se confirmou a vocação da IndyCar, que é a de ter o maior número possível de times em condições de vencer.

Obviamente que a Penske tem potencial maravilhoso e tem demonstrado isso com os quatro pilotos. Mas nem por isso é a única equipe que vence. Já tivemos vitórias da KV, CFH, Andretti, Schmidt e Ganassi, que fez dobradinha com o Dixon e o Tony.

Tudo isso faz o campeonato estar mais apertado do que nunca, o que transforma cada corrida numa verdadeira decisão. Eu estou em 4º e domingo agora tem corrida em Toronto, mais uma chance de eu ir melhor ainda do que o meu 3º lugar no Texas.

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É isso que o público quer ver, pilotos disputando vitórias e o campeonato, mas sem acidentes. Eu entendo que o público é apaixonado pelo esporte, não por tragédias. É isso, pessoal. Forte abraço e até semana que vem.​

Helio Castroneves, 40, nasceu em São Paulo e foi criado em Ribeirão Preto. É o piloto brasileiro com mais vitórias na Indy, com 29 conquistas, e venceu três edições da Indy 500 (2001, 2002 e 2009). Disputa em 2015 sua 17ª temporada na categoria e 15ª pelo Team Penske.  

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