Houve um tempo em que conectar-se à internet era um ritual: conectar-se à linha telefônica residencial, ouvir guinchos metálicos e esperar que o mundo carregasse, lenta mas seguramente. Esse tempo, inacreditavelmente, ainda estava vivo em 2025... até agora.
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A AOL, que nas décadas de 1990 e 2000 era sinônimo de internet nos Estados Unidos, anunciou que descontinuará seu serviço discado e o software associado. O toque final será em 30 de setembro de 2025.
O que exatamente a AOL anunciou e quem será afetado?
A empresa, agora parte do Yahoo! Inc., confirmou que o serviço discado não estará mais disponível e que ferramentas como o AOL Dialer e o AOL Shield também serão descontinuadas. Os clientes ativos precisarão migrar para outra operadora antes do prazo.
É surpreendente que ainda houvesse assinantes de internet discada em 2025, mas havia: em 2022, estimava-se que havia 175.000 assinantes nos EUA, um número que vem diminuindo, mas nunca chegou a zero.
Por que alguém ainda pagava por internet pelo telefone?
A resposta é um pouco dolorosa: a exclusão digital. Em áreas rurais e periféricas, onde a banda larga ainda não está disponível ou está disponível apenas parcialmente, o modem ainda era a tábua de salvação.
Não é que o acesso discado seja conveniente — é lento, caro para o que oferece e com segurança fraca — mas sim que, para muitos, era a única opção. A AOL não era mais a única provedora, mas por décadas foi a maior e mais reconhecida.
De 30 milhões ao adeus: uma história de ascensão e queda
A AOL lançou seu serviço discado em 1991 e atingiu seu auge por volta de 2000, com quase 30 milhões de usuários. Por uma geração inteira, cartas com CDs de instalação e janelas azuis foram a porta de entrada para chats, fóruns e e-mails.
Com a expansão da banda larga, o negócio mudou: a receita foi transferida para suporte técnico e segurança digital, e o acesso discado permaneceu um serviço legado que sobreviveu silenciosamente.
O que acontecerá com os usuários e quais alternativas permanecem?
O desligamento não corta o cabo imediatamente, mas marca uma data de expiração. Quem depende de conexão discada terá que considerar opções com base na cobertura: banda larga fixa, quando disponível, internet móvel 4G/5G com planos com dados suficientes ou soluções via satélite em áreas remotas.
Nem todas as alternativas têm o mesmo custo ou desempenho, mas superam em muito os modems discados em velocidade e estabilidade. O segredo é planejar sua migração com antecedência para evitar ficar sem conexão durante a noite.
O legado de uma tecnologia que se recusa a morrer
Chamar a conexão discada de “obsoleta” é fácil. E, no entanto, a infraestrutura antiga suporta mais do que imaginamos: desde sistemas que ainda dependem de softwares da década de 1990 até equipamentos que ainda são usados por sua confiabilidade.
O anúncio da AOL é mais do que uma despedida; é um lembrete de que modernizar a conectividade continua sendo uma tarefa pendente e que a verdadeira internet — aquela que iguala oportunidades — só existe quando chega a todos.
Um encerramento com nostalgia (e algum realismo)
O som moderno desaparece, mas sua marca permanece. A AOL ajudou a colocar metade do planeta online e a tornar a web o que ela é hoje. É hora de dizer adeus sem romantizar: a conexão discada foi importante, sim, mas também é um obstáculo em 2025.
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