Ciência e Tecnologia

Gato descobre novo vírus: o mais chocante é que não é a primeira vez que isso acontece

Ele não tem um jaleco, mas seus méritos são inquestionáveis

Gato Fest 2015 | 23 de agosto de 2015 / SANTIAGO
Se realiza la cuarta edición de Gato Fest, evento que reúne a los amantes de los felinos, entre sus actividades destacan las adopciones de gastos rescatados, de Fundación Adopta, charlas de especialistas en medicina felina, premios y más de 60 stand. En la imagen, un gato que mira a través de una reja, es solo uno de los tantos que esperan por una adopción. 

FOTO: SEBASTIAN BELTRAN GAETE / AGENCIAUNO
Gato descobre novo vírus FOTO: SEBASTIAN BELTRAN GAETE / AGENCIAUNO (Sebastian Beltran Gaete/Sebastián Beltran)

Enquanto a maioria dos gatinhos caça ratos por diversão, Pepper, um gato preto com os instintos de um Sherlock Holmes felino, colaborou com a ciência duas vezes: primeiro, detectou um paramixovírus inédito e agora serviu como “mensageiro honorário” para revelar um ortoreovírus até então desconhecido.

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O curioso caso de Pepper, o gato virologista

Pepper não usa jaleco branco, mas seus méritos são inegáveis. Este caçador furtivo dá a John Lednicky, virologista da Universidade da Flórida, qualquer “troféu” que encontra no jardim. E Lednicky, em vez de lhe dar doces, leva essas presas diretamente para o laboratório.

Seu método: “Se um animal aparece morto, por que enterrá-lo quando você pode dissecá-lo e procurar vírus?” Só assim um mundo microscópico pode ser decifrado.


Rodada 2: dizendo adeus ao Ortoreovírus desconhecido

A nova descoberta veio quando Pepper doou um musaranho recém-capturado. Ao sequenciar o RNA viral da pobre criatura, Lednicky e sua equipe tropeçaram em uma cepa até então não catalogada: a cepa UF-1 do ortoreovírus mamífero tipo 3 do musaranho de Gainesville.

Embora esse gênero viral já seja conhecido por infectar humanos e outros mamíferos, ninguém havia identificado essa linhagem específica... até agora.

De Paramixovírus a Ortoreovírus: o registro felino de Pepper

No ano passado, Pepper já havia sido notícia científica por seu papel na descoberta do primeiro jeilongvírus detectado nos EUA, um membro da família Paramyxoviridae que pode saltar entre espécies.

Naquela época, o mundo se perguntava se um gato poderia se tornar um colaborador oficial do laboratório... e Pepper respondeu com um sonoro “miau” de aprovação.

O que sabemos (e o que não sabemos) sobre este novo Ortoreovírus?

Os Ortoreovírus de mamíferos costumavam ser considerados “órfãos” porque, apesar de encontrados em humanos, não estavam associados a doenças específicas. No entanto, estudos recentes os associam a problemas respiratórios, neurológicos e digestivos, especialmente em crianças.

Emily DeRuyter, autora principal do artigo publicado na Microbiology Resource Announcements, insiste na cautela: “Ainda não há informações suficientes para nos alarmarmos. Mas precisamos monitorar esses vírus e aprender a detectá-los rapidamente.”

O plano de pesquisa após a descoberta

Com as sequências genômicas já depositadas, a equipe da Universidade da Flórida está preparando ensaios sorológicos e imunológicos. Eles querem determinar se essa cepa de musaranho pode infectar células humanas, como é transmitida e em que medida pode afetar a saúde pública.

Em última análise, eles querem transformar as descobertas de Pepper em protocolos de vigilância virológica.

Reflexão final: mais amigos de quatro patas?

Entre miados e ratos, Pepper prova que a natureza pode ser a melhor colaboradora científica... se soubermos onde procurar. Talvez em breve outros donos de animais de estimação compartilhem suas “descobertas” felinas ou caninas.

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Mas, enquanto isso, uma salva de palmas para este gato prodígio, que confirma que a ciência pode estar... atrás da sua porta!

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