Ciência e Tecnologia

Cientistas descobrem até quando somos conscientes de que morremos e o que nosso cérebro faz

As células lutam para sobreviver, mesmo quando o corpo já não tem oxigênio

Dieron a mujer por muerta, pero vieron que respiraba antes de su funeral
Deram a mulher como morta, mas viram que respirava antes de seu funeral. Imagem referencial Morte (Yuuji/Getty Images)

O que acontece com o cérebro após a morte? A verdade é que o momento em que deixamos este plano sempre foi um mistério que fascinou e desafiou os cientistas por séculos. Por mais que esse evento possa ser abordado do ponto de vista da fé e das crenças, a realidade é que, por enquanto, a morte é o destino inevitável da humanidade, seja antes ou depois.

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Um último ato de sobrevivência

Agora, um novo estudo lança luz sobre esse enigma, revelando que o cérebro, mesmo em seus últimos momentos, luta pela sobrevivência e se transforma em nível molecular.

À medida que o oxigênio se esgota e a morte se aproxima, as células cerebrais entram em um estado de luta pela sobrevivência. Nesse processo, uma série de alterações moleculares são desencadeadas, sendo a modificação do RNA um dos destaques, o material que contém as instruções para a construção de proteínas.

Os cientistas da Escola de Medicina Icahn do Hospital Monte Sinai, em Nova Iorque, descobriram que o cérebro, à beira da morte, modifica seu RNA por meio de um processo chamado edição A-to-I. Esse processo envolve trocar uma molécula chamada adenosina por inosina, o que altera a forma como as proteínas são produzidas.

Esta mudança na produção de proteínas não só afeta o funcionamento celular, mas também pode ter um impacto na saúde geral do organismo. O estudo descobriu que nos tecidos cerebrais de pessoas recentemente falecidas, a atividade de edição A-to-I era significativamente maior do que nos tecidos de pessoas vivas.

O cérebro ‘não morre’ com a morte

As descobertas deste estudo podem ter implicações importantes para o diagnóstico e tratamento de doenças neurodegenerativas como o Alzheimer. Ao entender como o cérebro modifica seu RNA nos momentos finais, os cientistas podem desenvolver novas ferramentas para detectar e combater essas doenças.

Por outro lado, um estudo realizado pelo Dr. Sam Parnia da Universidade Estadual de Nova Iorque sugere que o cérebro pode permanecer ativo por horas após a morte cerebral ter ocorrido. Segundo Parnia, pessoas que passaram por uma morte clínica poderiam estar conscientes de sua própria morte, já que a consciência poderia continuar funcionando por um curto período de tempo após o falecimento.

O cérebro, mesmo em seus momentos finais, continua a nos surpreender com sua capacidade de adaptação e mudança. Este novo estudo é apenas mais um passo na compreensão deste órgão fascinante e dos mistérios que ainda guarda.

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