Ximena Melgar, uma recém-formada mexicana em Engenharia Biomédica na Escola de Engenharia e Ciências do Tecnológico de Monterrey no México elevou o nome de sua instituição, bem como do campus de Toluca, ao contribuir para um projeto no qual desenvolveu anticorpos sintéticos contra o veneno de cobra.
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Este avanço na ciência e saúde ocorre no âmbito do Dia Mundial da Serpente, que é comemorado em 16 de julho; onde especialistas buscam aumentar a consciência sobre a importância desses animais nos ecossistemas e seu impacto nos seres humanos. Por isso, Publimetro México conversou com Ximena Melgar, que reconheceu que a mordida de serpentes é uma das doenças tropicais negligenciadas “que precisa ter mais visibilidade”.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada ano, cerca de cinco milhões de pessoas são mordidas por serpentes, sendo que entre 94 mil e 125 mil afetados perdem a vida por complicações relacionadas a isso e 400 mil pessoas acabam tendo alguma deficiência, onde África e Ásia Sudeste, especialmente as áreas rurais e de poucos recursos, são as mais afetadas.
Com apenas 22 anos, Ximena Melgar alcançou esse avanço durante sua estadia internacional no Center for Antibody Technologies (CAT) localizado na Universidade Técnica da Dinamarca, para abordar a problemática que afeta a nível mundial.
Ao contrário do processo tradicional, Melgar indicou que "no laboratório são projetadas toxinas sintéticas, ou seja, o veneno de cobra, mas sintético de laboratório, assim também se evitam acidentes para extraí-lo de uma cobra real, e posteriormente de projetar essa toxina também são projetados anticorpos por computador para testes", explicou.
"Eu produzi esta toxina sintética em um laboratório. Esta toxina é produzida sinteticamente em bactérias ou leveduras em laboratório, é purificada e então pode ser testada com anticorpos para ver se são neutralizantes ou não", detalhou Ximena.
Além disso, a bioengenharia mexicana apontou que "esses anticorpos teriam uma eficácia mais alta na neutralização desse veneno" em comparação com os processos tradicionais. Sendo que outro dos objetivos deste centro é buscar que "sejam anticorpos de baixo custo para que os países que geralmente são do Oriente Médio e da América Latina tenham acesso a comprar este antiveneno mais facilmente e assim reduzir o número de mortes".
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Apesar de ainda faltar tempo para que este projeto passe para “uma fase comercial”, espera-se que em alguns anos isso seja possível.
Por outro lado, a jovem Ximena Melgar espera “inspirar as mulheres a se aproximarem da parte científica e que possamos ter um impacto na saúde e bem-estar da sociedade, pois é muito importante gerar novas soluções de anticorpos que sejam de baixo custo e de fácil acessibilidade para os países com menos recursos”.
