Ciência e Tecnologia

É assim que um inverno nuclear poderia acabar com a humanidade em minutos

Poderia a Terra se tornar em Marte?

Esta ameaça pode ter diminuído, mas, com a proliferação de armas nucleares, ainda existe um risco de conflito suficientemente grave para causar um inverno nuclear Pixabay

O inverno nuclear é um fenômeno teórico que pode dar pesadelos a qualquer um só de imaginar. Estamos falando de um cenário desolador que poderia surgir após uma guerra nuclear e resultar no bloqueio da luz solar por anos, com quantidades de fuligem e cinzas capazes de acabar com qualquer forma de vida, e uma dramática queda nas temperaturas em todo o mundo, que dá origem ao nome dessas teorias. Claro que tudo isso é um cenário hipotético popularizado pelo astrofísico Carl Sagan durante a Guerra Fria e que começou a ser discutido internacionalmente após os ataques atômicos em Hiroshima e Nagasaki em 1945.

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E agora, este tópico volta à tona quando pensamos na possibilidade de conflitos nucleares contemporâneos, como a possibilidade de a Rússia seguir por esse caminho contra a Ucrânia, levando a humanidade e o planeta a consequências devastadoras.

"Castillo de Harry Potter" en Odesa, es alcanzado por un misil ruso.
Castelo de Harry Potter Odessa (Ucrânia), 29/04/2024.- Fumaça e chamas sobem de um edifício privado danificado após um ataque com mísseis (IGOR TKACHENKO/EFE)

O que aconteceria num inverno nuclear?

Especificamente, a teoria do inverno nuclear prevê que o uso de aproximadamente 100 bombas nucleares seria suficiente para cobrir o céu com uma camada de cinzas, cujas consequências incluiriam a redução drástica da temperatura global. Esse resfriamento afetaria a agricultura a ponto de causar uma fome em massa em todo o planeta, com estimativas sugerindo a morte de um bilhão de pessoas.

Segundo estudos do Bulletin of the Atomic Scientists, um confronto nuclear entre os Estados Unidos e a Rússia envolvendo mais de quatro mil ogivas de 100 quilotons cada poderia resultar em 360 milhões de mortes imediatas em todo o mundo. E, é claro, esse cálculo assustador não inclui as mortes adicionais que ocorreriam devido à fome e às doenças resultantes do colapso agrícola e ambiental.

Além das baixas temperaturas e falta de alimentos, o inverno nuclear também provocaria tempestades de cinzas que poderiam durar décadas, criando condições extremas que fariam com que a vida na Terra se assemelhasse às duras condições de Marte, com tempestades de poeira que absorvem a radiação solar e reduzem ainda mais a habitabilidade do planeta.

E, por último, este cenário hipotético também poderia gerar efeitos nocivos de fuligem na estratosfera, com capacidade de destruir a camada de ozônio, expondo o planeta a níveis perigosos de radiação ultravioleta. Nesse sentido, um estudo do National Center for Atmospheric Research indica que os níveis de ozônio poderiam diminuir em 75% durante 15 anos após um conflito nuclear, com um processo lento e gradual de recuperação que levaria décadas.

No entanto, essas são apenas teorias, mas são bastante precisas ao advertir os riscos se um conflito nuclear se desencadear. Com o crescente número de países possuindo armas nucleares e as tensões geopolíticas aumentando, é melhor prevenir do que remediar.

Guerra nuclear Foto: Wikipedia Commons

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