Ciência e Tecnologia

Cientista foi para a prisão por editar geneticamente dois bebês

O trabalho dele fez com que a China revisasse suas regulamentações sobre esse tipo de pesquisa

Jiankui He Youtube (YOUTUBE/Europa Press)

He Jiankui é um cientista chinês que se tornou famoso em 2018 após anunciar que havia utilizado a tecnologia de edição genética CRISPR para criar os primeiros bebês geneticamente modificados do mundo. Esse anúncio causou um grande alvoroço internacional e desencadeou um debate ético e científico sobre os limites da modificação genética em seres humanos.

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Jiankui foi criticado por realizar seu experimento sem a devida aprovação e por sua falta de transparência nos processos científicos e éticos envolvidos. De fato, seu trabalho gerou um apelo por uma maior regulamentação no campo da edição genética e levantou questões sobre os riscos e benefícios da manipulação genética em humanos.

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Agora, o cientista retomou sua pesquisa depois de cumprir uma sentença de três anos de prisão imposta em 2019 pelas autoridades chinesas. Ele, que afirmou ter criado os primeiros bebês geneticamente editados no final de 2018, agora está focado em tratar doenças genéticas raras através da edição do genoma de embriões humanos.

Numa entrevista ao jornal japonês The Mainichi, He afirmou que o seu trabalho atual está em conformidade com as normas internacionais e que o seu objetivo é tratar doenças genéticas como a distrofia muscular de Duchenne ou o Alzheimer através da edição do genoma em embriões humanos. Ele assegurou que irá utilizar embriões descartados e cumprir com as normas locais e internacionais para realizar as suas pesquisas.

Depois de sair da prisão em 2022, Ele estabeleceu três laboratórios na China, incluindo um em Pequim e outro em Wuhan. Seu projeto inicial, que envolvia a edição genética de embriões para torná-los resistentes ao HIV, gerou críticas e controvérsias em todo o mundo devido a preocupações éticas e legais.

O cientista defendeu seu trabalho afirmando que não tinha a intenção de eliminar doenças genéticas, mas sim de conferir aos bebês a capacidade de resistir a uma possível infecção pelo HIV. No entanto, as autoridades chinesas determinaram que seu projeto foi realizado ilegalmente com o objetivo de obter fama e benefícios econômicos.

Apesar das críticas, o chinês afirmou que as gêmeas nascidas como resultado de seu experimento estão saudáveis e não apresentam problemas de crescimento. Também informou que outro bebê nascido em 2019, fruto de um projeto similar, também é uma menina. Embora Jiankui tenha reconhecido que sua pesquisa foi “apressada” e lamentado as críticas recebidas, não explicou por que decidiu violar as normas internacionais.

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