Arthur e Bernardo Lima, gêmeos siameses que nasceram unidos pelo crânio, foram separados após serem submetidos a uma cirurgia de 27h em um hospital do Rio de Janeiro.
Esse tipo de ocorrência é chamada de gêmeos craniópagos. Com três anos de idade, eles são considerados os siameses do tipo mais velhos a serem separados.
“Os gêmeos tiveram a versão mais grave e difícil da doença, com maior risco de morte para ambos”, informou à AFP o neurocirurgião Gabriel Mufarrej, do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer.
Segundo o portal R7, os irmãos nasceram no interior de Roraima, em 2018. Eles compartilhavam parte do cérebro de uma veia principal, que levava o sangue de volta ao coração.
Para conseguir finalmente a separação, eles foram submetidos a uma série de cirurgias no Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer, no Rio de Janeiro, com orientação do Great Ormond Street Hospital, de Londres.
O caso foi acompanhado de perto e recebeu suporte da instituição de caridade médica Gemini Untwined, do Reino Unido. Eles descreveram a situação dos gêmeos como “a separação mais desafiadora e complexa até hoje”.
A equipe de cirurgia contou com cerca de 100 profissionais, incluindo médicos e assistentes. A operação foi realizada entre 7 e 9 de junho com ajuda de realidade virtual, que ajudou a criar um mapa digital do crânio compartilhado das crianças.
“Você pode imaginar como isso é reconfortante para os cirurgiões... Fazer isso em realidade virtual foi realmente uma coisa de homem em Marte”, disse o neurocirurgião britânico Noor ul Owase Jeelani, cirurgião-chefe da Gemini Untwined.
Após a cirurgia, os irmãos tiveram a oportunidade de ficar de frente para o outro pela primeira vez. Eles vão começar uma reabilitação no hospital, que deve durar cerca de seis meses. Serão necessários mais procedimentos à medida que eles forem envelhecendo.
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