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Ventania pode ter sido um dos fatores determinantes para queda de avião da Voepass

Um estudo realizado em laboratório revelou que o avião passou por turbulências e fortes ventos durante o trajeto.

Ainda não há informações sobre vítima
Avião de passageiros caiu em Vinhedo, no interior de São Paulo (Reprodução/ X (Twitter))

Um estudo realizado pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélite (Lapis), da Universidade Federal do Alagoas (Ufal) indicou que os ventos fortes podem ter sido um fator determinante para a queda do avião da Voepass. A aeronave, do modelo ATR-72-500, caiu em Vinhedo (SP) na última sexta-feira (19) deixando 62 pessoas mortas.

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De acordo com uma publicação realizada pela CNN Brasil, o estudo indica que o avião em questão passou por turbulência durante todo o trajeto. Ventos fortes originados da Amazônia pressionaram a aeronave, principalmente do lado esquerdo, onde fica o piloto, o que forçou uma mudança de direção para se aproximar do Aeroporto Internacional de Guarulhos, destino da aeronave que partiu de Cascavel (PR).

O meteorologista e fundador do Laboratório Lapis, Humberto, afirmou que ventos fortes e chuva fizeram com que a aeronave perdesse potência. “Ao fazer essa curva, depois de passar por turbulências ao longo do trajeto, a aeronave ficou exposta a ventos mais fortes, com chuva, próximo a São Miguel do Arcanjo (SP). Essa área fez com que a aeronave perdesse potência, como mostra a análise dos dados de radar do voo”.

Quanto maior a altitude, mais fortes os ventos

Apesar de conseguir sair da área de formação de gelo aproximadamente 10 minutos antes da queda, o avião ficou mais exposto a rajadas de ventos muito fortes após fazer a curva. Quanto maior a altitude, mais fortes são os ventos em questão. Segundo o meteorologista, a aeronave trafegava a 5.200 metros de altitude, onde existem “correntes de vento significativas, que exigiram maior capacidade para a aeronave atravessar”.

“Nessa mudança de direção, já próximo de Vinhedo, as correntes de vento podem ter levado a perda de sustentação ou até mesmo avariado alguma estrutura do avião”, aponta o especialista.

Ainda conforme o estudo, a aeronave entrou em “estol” ficando em posição oposta ao jato de ventos vindos do oeste, para pegar impulso e recuperar a potência. Foi neste momento que o vento passou a atingir a frente do avião o fazendo perder sustentação e causando a queda.

Durante o levantamento, dados cruzados de informações meteorológicas com as análises e informações do voo minuto a minuto mostraram que o ATR-72 enfrentou turbulência do começo ao fim do trajeto, passando por pelo menos três fases críticas entre Cascavel e a região metropolitana de Campinas (SP).

A perda de velocidade aconteceu quando a aeronave atravessou uma área de formação de gelo, enfrentando nuvens precipitantes e, antes da queda, ventos intensos. A área crítica foi registrada quase 10 minutos antes da queda, fazendo com que o ATR-72 perdesse mais de 100 km/h.

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