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Pastor é denunciado após associar imagem de Iemanjá a “coisas maléficas”

O pastor Wilson Félix da Silva está sendo processado por discurso de ódio contra religiões de matrizes afro-brasileiras e por “pregar uma guerra espiritual”.

Imagem de Iemanjá na Praia de Sepetiba
Imagem de Iemanjá na Praia de Sepetiba (Reprodução/divulgação Prefeitura - Fabio Motta)

O pastor evangélico Wilson Félix da Silva está sendo processado pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão do Rio de Janeiro após falas intolerantes contra religiões de matrizes afro-brasileiras. Conforme publicado pela CNN Brasil, o pastor usou de discurso de ódio ao associar a representação de Iemanjá a “sorte de coisas maléficas que possam ocorrer” no município de Mangaratiba. Ele também teria “convocado os fiéis para uma guerra espiritual”.

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Diante da situação o Ministério Público Federal, atuando pelo dever do estado de salvaguardar a diversidade de expressões culturais, pediu que o pasto seja condenado por suas falas. Caso a condenação seja efetivada, ele deverá pagar uma indenização estimada em R$100 por “violações aos direitos fundamentais”. Até o momento ele não se manifestou sobre a denúncia.

Violação de direitos

Conforme a publicação, a Procuradoria apontou que a fala do pastor caracteriza uma violação dos direitos de “grupos historicamente vulnerabilizados pela intolerância religiosa e pelo racismo cultural”.

A expectativa é que o caso também seja levado à esfera criminal, visto que Jaime Mitropoulos, procurador regional dos Direitos do Cidadão no Rio, determinou que seja realizada uma apuração sobre o caso para investigar delitos penais. Segundo Mitropoulos, a fala do pastor incita a discriminação ou preconceito.

Segundo a ação levada à Justiça Federal do Rio, as ofensas foram realizadas pelo pastor depois que o município de Mangaratiba incluiu o evento “Águas de Axé” em seu calendário oficial. O objetivo seria a promoção da cultura afro-brasileira por meio da reflexão e conscientização, auxiliando no enfrentamento ao racismo e intolerância.

Na ocasião da fala, o pastor convocou os fiéis para uma “guerra espiritual” que teria como objetivo evitar que a Praia de Jacareí se transformasse em “lama”, o que segundo ele aconteceu na Praia de Sepetiba, onde foi posta uma escultura de Iemanjá.

Em declaração, o Ministério Público Federal declarou que o “discurso do pastor constitui cristalina discriminação contra as manifestações culturais afro-brasileiras”.

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