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Entenda como a USP fará a confirmação da autodeclaração racial de candidatos

Após uma série de denúncias de irregularidades na autodeclaração racial de candidatos, a USP realizará entrevistas virtuais para confirmar a validade da matrícula.

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USP (Cecília Bastos/USP Imagem)

A Universidade de São Paulo (USP) anunciou que passará a verificar por meio de chamadas de vídeo as caraterísticas fenotípicas dos candidatos que se autodeclararem pretos e pardos no vestibular 2025. Conforme reportagem da CNN, as chamadas serão realizadas com os candidatos não aprovados após a primeira etapa de averiguação, realizada por meio de uma análise fotográfica.

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Em declaração, Ana Lúcia Duarte Lanna, pró-reitora de Inclusão e Pertencimento, afirmou que a análise realizada com os candidatos busca por critérios fenotípicos como a cor da pele e características físicas associadas ao preconceito racial.

A medida é uma forma de diminuir o número de denúncias referentes à autodeclaração racial, visto que entre os anos de 2018 e 2021 foram realizadas 193 denúncias à USP, das quais sete resultaram na invalidação de matrículas.

Para lidar com estas questões, no ano de 2022 foi criada a Pró-reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP), que instituiu a criação da Comissão de Heteroidentificação, responsável por avaliar os casos.

Etapas do processo

Desta forma, os candidatos que se declararem pretos e pardos deverão passar por um processo de validação da autodeclaração. A primeira etapa será a averiguação por meio de análise fotográfica, obrigatória a todos. Uma das duas bancas responsáveis pela avaliação realizará a análise das fotografias e caso o candidato não seja aprovado, a outra banca realizará uma nova avaliação.

Com isso, somente os candidatos não aprovados pelas duas bancas serão convocados para uma entrevista virtual, em que ele deverá ler uma autodeclaração de pertença racial, que será gravada e avaliada por uma nova comissão, composta por cinco integrantes.

Caso ainda assim a inscrição seja indeferida, o candidato poderá apresentar um recurso ao Conselho de Inclusão e Pertencimento, que poderá, em caso de necessidade, realizar novas entrevistas virtuais.

Os procedimentos em questão foram definidos pela PRIP e serão aplicados para todas as formas de ingresso na USP.

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