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Namorada nega que motorista de Porsche tenha bebido antes de acidente e explica motivo de briga

Jovem disse à polícia que apenas ela e amigo do empresário Fernando Sastre, de 24 anos, tomaram drinks em restaurante

A namorada do empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, que dirigia um Porsche e bateu na traseira de um Renault Sandero, matando o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52, na Zona Leste de São Paulo, negou que ele tenha consumido bebidas alcoólicas antes do acidente. A jovem destacou que apenas ela e o amigo, Marcus Vinicius Machado Rocha, que ficou ferido e segue internado, tomaram “alguns drinks” naquela noite. Ela também explicou o motivo da discussão que eles tiveram quando saíram de uma casa de pôquer.

A jovem esteve na delegacia na terça-feira (9), mas chegou acompanhada por advogados, com o rosto escondido, e não quis falar com a imprensa. O depoimento dela era considerado muito importante pela polícia, pois podia esclarecer o que aconteceu antes do acidente.

Conforme o site G1, a namorada disse que está com Fernando há oito anos e que eles têm um combinado: se um bebe, o outro se mantém sóbrio para dirigir. Dessa forma, na noite do último dia 30, eles se encontraram com o casal de amigos em um restaurante, quando apenas ela e Marcus Vinicius consumiram os drinks alcoólicos. Já o empresário e a namorada do amigo não beberam.

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Depois disso, eles seguiram para a casa de pôquer, onde Fernando e Marcus Vinicius passaram a jogar, mas eles não beberam. Ainda segundo a namorada do empresário, ele estava gastando muito dinheiro e ela decidiu ir embora. Porém, ele não queria e, por isso, eles discutiram. A briga continuou do lado de fora do estabelecimento e, por isso, ela decidiu voltar para a casa no carro da amiga. Já os rapazes seguiram no Porsche.

Apesar da versão da namorada, a jovem que esteve com o casal disse que, na verdade, eles brigaram pelo fato do motorista do carro de luxo estar “visivelmente alterado”, mas, ainda assim, não ter permitido que ninguém dirigisse seu Porsche. A mesma testemunha contou que eles tinham bebido “alguns drinks” naquela noite.

O empresário fugiu do local do acidente com a mãe, não passou pelo teste do bafômetro e só se apresentou à polícia mais de 38 horas depois. Em depoimento, ele admitiu que estava “um pouco acima do limite de velocidade”, mas sem precisar o quanto. Porém, outras testemunhas disseram que ele corria muito e passava dos 50 km/h estipulados na via. O rapaz também negou que tenha feito consumo de bebidas alcóolicas.

No entanto, testemunhas do acidente disseram à polícia que viram Fernando “cambaleando e com a voz pastosa”, com sinais visíveis de embriaguez. Uma mulher, que chegou ao local logo após a batida, afirma que tinham três garrafas de vidro dentro do carro de luxo.

Agora, nos próximos dias, a Polícia Civil deve ouvir os policiais militares que atenderam a ocorrência, além de outras testemunhas.

Segundo pedido de prisão negado

Na segunda-feira (8), a Justiça de São Paulo negou novamente o pedido de prisão do empresário. Mas, para seguir respondendo ao caso em liberdade, Fernando terá que cumprir algumas medidas cautelares. Entre elas está o pagamento de R$ 500 mil, em um prazo de 48 horas, para garantir a reparação às vítimas.

Esse foi o segundo pedido de prisão feito pela polícia, que teve aval do Ministério Público Estadual. Ele foi analisado e negado pelo juiz Roberto Zanichelli Cintra, da 1ª Vara do Júri, na segunda-feira (8). Na decisão, o magistrado ressaltou que o empresário se apresentou na delegacia após o acidente, tem endereço fixo, trabalha e não tem antecedentes criminais.

“Ressalte-se que a prisão cautelar não se presta à antecipação de pena. Sua natureza é excepcional, e somente deve ser aplicada para a proteção da integridade da instrução criminal, a qual, repita-se, a alegação de que está na iminência de ser maculada ainda prescinde de substrato indiciário para ampará-la”, escreveu Cintra.

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Apesar de negar a prisão preventiva, o juiz determinou o cumprimento de medidas cautelares. Além do pagamento da fiança estipulado em R$ 500 mil, para futura reparação à família de Viana e ao amigo Marcus Vinicius Machado Rocha, que ficou ferido no acidente e segue internado, Fernando ainda teve a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa e o passaporte apreendido.

O empresário também está proibido de se ausentar da cidade por mais de oito dias, não pode se aproximar de Marcus Vinicius e nem de testemunhas e familiares por no mínimo 500 metros de distância, e está proibido de frequentar o restaurante e a casa de pôquer onde foi antes do acidente.

Por fim, o juiz determinou que Fernando entregue o celular em até 24 horas para a perícia verificar as ligações e mensagens que recebeu da mãe dele quando ocorreu o acidente. Caso descumpra qualquer uma dessas medidas, a prisão preventiva dele poderá ser decretada.

A defesa de Fernando não foi encontrada para comentar a decisão até a publicação desta reportagem.

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