Suzane Louise Magnani Muniz, de 40 anos, mudou de nome para tentar se desvincular de um dos crimes mais chocantes ocorridos no Brasil: a morte do casal Richthofen. Apesar de ainda cumprir pena pelo assassinato dos pais, mas agora em regime aberto, ela casou, se tornou mãe e voltou a cursar Direito. Tudo parece mudar na vida da ex-presidiária, mas seu passado manchado por sangue ainda continua ganhando desdobramentos, pois ela teria tentado matar novamente.
De acordo com Erlan Bastos, que assina a coluna “EM OFF”, do jornal “Correio Braziliense”, um carcereiro relatou que Suzane atentou contra a vida de uma ex-namorada enquanto as duas estavam presas na Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo. Se trata de uma mulher conhecida como Sandrão, com quem a assassina dos pais chegou a se casar em 2014.
Conforme o colunista, as duas seguiram juntas até 2016, porém, o carcereiro ouvido disse que o relacionamento sempre foi conturbado e com brigas frequentes. Em uma delas, cuja data não foi detalhada, Suzane teria tentado enforcar Sandrão após ter uma crise de ciúmes por conta de outra detenta. A vítima só não foi enforcada, de fato, pois os agentes penitenciários impediram.
O carcereiro disse ainda, ao “Em Off”, que Suzane era conhecida como uma pessoa “calma” pelas colegas de presídio, porém, quando se sentia ameaçada ou ficava com ciúmes se “transformava” e “ficava agressiva”.
A reportagem não conseguiu contato com Sandrão para comentar o assunto. A defesa de Suzane também não foi localizada.
Acusada de ‘matar irmão’
No domingo (24), o jornalista e apresentador Geraldo Luís, do programa “Geral do Brasil”, da RedeTV!, exibiu uma reportagem que mostrou Andreas von Richthofen, irmão de Suzane, saindo de uma chácara no interior de São Paulo, onde vive recluso há anos.
Nas imagens, o rapaz apareceu caminhando por uma calçada, às margens de uma rodovia, usando roupas pretas, óculos escuros e carregando uma mochila. O jornalista esteve na frente da chácara, que está em situação de abandono, e alfinetou Suzane.
“Você [Suzane] não mandou matar apenas os seus pais, o seu irmão, você também matou”, disparou o jornalista, que afirmou estar comovido em ver a situação precária em que vive Andreas (assista o vídeo abaixo).
“Andreas precisa ser resgatado urgentemente. Ele vai morrer lá (...) magro, barbudo, largado. O menino que era o prodígio da família Richthofen, tão querido, que perdeu casas de milhões, perdeu a chance de ser um médico, hoje vive preso dentro da própria herança”, lamentou o jornalista, que ressaltou que a sua equipe vai continuar tentando contato com o rapaz para “salvá-lo”.
“Suzane Richtofen [condenada pelo crime] toca a vida dela, se tornou mãe, vai se tornar advogada. Mas o irmão morre a cada dia (...) Ele só sai de casa de dez em dez dias, sozinho, com a mesma mochila. O sítio está abandonado, a piscina assustadora, a casa tomada por matos”, ressaltou Geraldo Luís.
Nova vida de Suzane ex-Richthofen
Suzane oficializou a união estável com o médico Felipe Zecchini Muniz no último dia 13 de dezembro. Na ocasião, a ex-presidiária aproveitou para mudar de nome, quando passou a se chamar Suzane Louise Magnani Muniz.
A mudança ocorreu em todos os documentos de Suzane, que, para não cortar todos os vínculos familiares, adotou o sobrenome da avó materna, Lourdes Magnani Silva Abdalla, que morreu aos 92 anos, em 2012. Além disso, incluiu o Muniz do companheiro.
O novo nome da ex-presidiária já consta na Certidão de Nascimento do filho, que nasceu na noite do último dia 26 de janeiro. O registro foi oficializado três dias depois, sendo que a criança recebeu o nome do pai e o sobrenome atual da mãe. Mas no campo destinado aos avós maternos do menino, constam os nomes de Marísia e Manfred von Richthofen.
Segundo o jornalista Ulisses Campbell, Suzane teve dois motivos fortes para mudar o sobrenome: o primeiro é tentar se desassociar de um dos crimes de maior repercussão no Brasil, o assassinato dos pais dela, ocorrido em 2002.
O segundo o fato de tentar agradar a família de Muniz, que não aceitou bem o relacionamento dele com a ex-presidiária. Com o nascimento do primeiro filho do casal, os parentes temem que a criança sofra retaliações e, assim, o novo sobrenome da mãe pode ajudar nesse disfarce.
Recentemente, ela chamou a atenção em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, onde mora, ao ser vista na Universidade São Francisco. Suzane usou a boa nota obtida no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para retornar ao curso de Direito, quando ainda obteve uma bolsa de estudos.
Fotos da ex-presidiária na sala de aula e nos corredores começaram a circular em grupos de WhatsApp dos estudantes, que se diziam “chocados” com a presença da assassina. O jornalista destacou, ainda, que Suzane seguiu evitando qualquer contato direto, ficando na maior parte do tempo mexendo no celular.
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