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Morte durante cirurgia plástica: médico afirma que equipe tentou reanimar tabeliã por 3h, sem sucesso

Dayana Loy de Oliveira Freire, 25, teve complicações e não resistiu; caso é investigado pela Polícia Civil

Polícia apura o caso como morte suspeita
Tabeliã substituta Dayana Loy de Oliveira Freire, de 25 anos, morreu durante uma cirurgia de lipoaspiração, em Goiânia, Goiás (Reprodução/Instagram)

O cirurgião plástico Bruno Granieri, responsável pela lipoaspiração feita em Dayana Loy de Oliveira Freire, de 25 anos, que morreu após complicações durante o procedimento, em Goiânia, Goiás, afirmou que a equipe médica tentou reanimá-la por três horas, sem sucesso. O laudo com as causas da morte ainda não foi divulgado pelo Instituto Médico Legal (IML), mas o profissional suspeitou que ela sofreu um tromboembolismo pulmonar.

Conforme reportagem do site G1, as informações dadas pelo médico constam no documento enviado Serviço de Verificação de Óbito (SVO). No texto, Granieri ressaltou que a jovem começou a passar mal quando a equipe já fechava os orifícios da lipoaspiração, sendo que, além dele, acompanhavam o procedimento dois anestesistas e um intensivista de UTI.

A jovem morava em Itaberaí, mas viajou até Goiânia para a lipoaspiração e colocação de implante de silicone nos seios. Ela deu entrada no Hospital Jacob Facuri no último dia 12, quando foi operada e faleceu.

Em nota, a defesa do cirurgião plástico lamentou a morte da tabeliã e afirmou que “foram adotados os protocolos prescritos para o caso por toda equipe médica presente, todavia não houve resposta e a paciente veio a óbito” (veja a nota na íntegra no fim do texto).


Já o Hospital Jacob Facuri também lamentou a morte e disse que também investiga o que aconteceu com a jovem.

“Toda a equipe está extremamente sensibilizada, principalmente porque trabalhamos diariamente para salvar vidas e realizar sonhos. Também deixamos claro que estamos investigando todas as possíveis causas e abertos para quaisquer questionamentos. A direção do Hospital Jacob Facuri, lamenta o ocorrido e reitera a disponibilidade para quaisquer esclarecimentos”, destacou, em nota.

Polícia apura o caso
Tabeliã substituta Dayana Loy de Oliveira Freire, de 25 anos, morreu durante cirurgia plástica, em Goiânia, Goiás (Reprodução/Instagram)

Família cobra respostas

Primo de Dayana, Gilberto Martins contou, em entrevista ao site G1, que a família estranhou quando o cirurgião deixou o centro cirúrgico e foi comunicar a família sobre complicações. “O médico foi ao apartamento avisar a mãe que a Dayana tinha subido para a UTI. Isso não acontece com frequência. Eles tentaram reanimar ela por 3 horas”, relatou.

A família decidiu denunciar o caso a polícia. “Vamos aguardar o resultado dos exames para que tenhamos uma decisão jurídica, mas temos diversas informações de casos parecidos, que o mesmo médico fez o procedimento e o paciente veio a óbito”, ressaltou o primo.

O delegado Paulo Ribeiro, responsável pelo caso, destacou que a morte foi registrada como suspeita e que aguarda o laudo do Instituto Médico Legal (IML) com as causas.

“Só após o laudo cadavérico e análise dos exames pré-operatórios e prontuário da vítima que podemos aferir se houve ou não erro médico. Os familiares também serão intimados para prestarem esclarecimentos sobre o fato”, destacou o investigador.

Nota do cirurgião plástico na íntegra:

“O médico, cirurgião plástico, vem através de sua advogada Luciana Castro, OAB/GO 20872, manifestar-se sobre o óbito de sua paciente Dayana Loy de Oliveira Freire, ocorrida ontem, 13/09/2023 bem como a acusações de erro médico cometido em outras pacientes.

Acima de tudo, o médico ora acusado lamenta profundamente a perda de sua paciente, e está à disposição da família para maiores esclarecimentos. Quanto aos fatos, informamos que, em razão do dever de sigilo, o médico não poderá fornecer detalhes técnicos sobre o caso, sob pena de infringir disposições do Código de Ética Médica bem como do Código Penal Brasileiro.

Temos o dever de esclarecer, todavia, que a paciente apresentou intercorrência durante o procedimento, sendo que imediatamente foram adotados os protocolos prescritos para o caso por toda equipe médica presente, todavia não houve resposta e a paciente veio a óbito.

Informamos que por decisão da família da paciente, esta foi encaminhada ao Instituto Médico Legal para apuração. Estaremos à disposição, acompanharemos e prestaremos todas as informações pertinentes ao caso, estamos a disposição.

O médico acusado tem plena convicção de seus atos, e que nada foi realizado fora da técnica médica indicada para o caso.

Reiteramos que lamentamos o ocorrido e nos consternamos com a dor enfrentada pela família da paciente Dayana Loy de Oliveira Freire, e esperamos a apuração dos fatos que levaram a seu óbito de forma tão prematura.

Quanto as acusações de “erro médico” (falando deste caso e de quaisquer outros) informamos que todos os fatos estão sendo apurados pela justiça, mas temos a certeza de que será comprovado que não houve falha ou negligência profissional a qualquer tempo.

Devemos aqui ressaltar que a medicina não é uma ciência exata, e que complicações e intercorrências podem ocorrer em qualquer área, independente da maestria do profissional assistente, e que as pacientes são devidamente esclarecidas sobre os riscos, assinam termo de consentimento e entendem todas as possibilidades do tratamento indicado.”

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