Depois de muita repercussão nas redes sociais e protestos, a capivara “Filó” foi devolvida ao tiktoker Agenor Tupinambá, em Manaus, no domingo (30). A medida ocorreu após uma decisão da Justiça Federal do Amazonas, que determinou que o influenciador informe periodicamente em juízo sobre as condições de saúde do animal.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que chegou a multar o homem em mais de R$ 17 mil por manter animais silvestres em ambiente doméstico, voltou a criticar a exposição dos bichos silvestres na busca “por likes” na internet.
O analista Roberto Cabral, fiscal do Ibama, disse em entrevista ao site G1 que vários animais que eram mantidos pelo influenciador morreram e, por isso, o órgão teve que agir.
“Não se trata apenas de uma capivara a discussão sobre isso. Se trata de outra capivara, que teria morrido; de duas preguiças, sendo que uma delas morreu; de duas jiboias; de uma paca; de uma arara; dois papagaios; uma coruja; uma aranha”, afirmou ele.
“Ou seja, uma série de animais que foram explorados de forma ilegal para se conseguir likes na internet”, ressaltou o fiscal, que reforçou que Agenor Tupinambá não é um ribeirinho.
“Se trata de um influencer e não de um ribeirinho...Ele é um fazendeiro, é um biombo herdeiro. Não é uma pessoa hipossuficiente [sem recursos econômicos]. É um influencer com milhares de seguidores”, completou.

Relembre o caso
“Filó” foi entregue ao Ibama no último dia 27, depois que Tupinambá passou a ser investigado pela morte de outro animal que era cuidado por ele. Os agentes do órgão foram até a fazenda do rapaz e lá encontraram a capivara e um papagaio, mas não havia autorização legal para a posse dos bichos.
Assim, além da multa de mais de R$ 17 mil, foi determinado que Agenor entregasse “Filó” e o papagaio a um centro do Ibama em Manaus, no Amazonas. A medida também ordenou que ele apagasse das redes sociais o conteúdo alusivo à criação de animais silvestres em ambiente doméstico, o que foi acatado.
Nas redes sociais, Agenor explicou que foi comunicado das acusações por suspeitas de abuso, maus-tratos e exploração contra animais, além da acusação de matar um animal. No entanto, ele negou qualquer irregularidade.
“Também fui notificado para retirar os vídeos que tanto expressam o meu amor e entregar a Filó num centro de tratamento animal, sob a acusação de retirá-la do seu habitat natural. Se tem alguém que mora no habitat natural de alguém sou eu, não os animais. Eu abro a janela e lá estão o rio, a floresta e os animais. Eu que estou de passagem nesse lugar. E escolhi ser um guardião e não um criminoso.”, disse ele.
O assunto logo ganhou repercussão nas redes sociais, e Agenor recebeu o apoio de diversos famosos, além de pessoas ligadas ao mundo animal. Depois da decisão judicial que determinou que o bicho voltasse para a fazenda, o tiktoker agradeceu em postagem no Instagram:
LEIA TAMBÉM:

