O policial militar Henrique Otávio de Oliveira Velozo, que se tornou réu pela morte do lutador de jiu-jítsu Leandro Lo, continuará a receber salário mesmo estando preso. A Procuradoria Geral do Estado de São Paulo pediu que os pagamentos fossem suspensos enquanto ele estiver recluso, mas a Justiça negou.
Conforme reportagem do site G1, a Procuradoria destacou que o auxílio reclusão que a família do acusado já recebe é o suficiente, por corresponder ao valor do salário do policial. No entanto, a defesa de Velozo alegou que a suspensão comprometeria a renda familiar.
O caso foi analisado pela Justiça, que determinou a manutenção dos salários. O relator Edson Ferreira da Silva justificou a medida seguindo a “orientação fixada pelo Órgão Especial desta Corte, contrária à suspensão dos vencimentos do servidor preso em caráter provisório, a despeito do regramento da legislação estadual sobre essa questão.”
Assim, Velozo, que chegou a ter os pagamentos suspensos, voltou a receber o salário em março passado. A defesa dele quer que ele receba os valores não pagos, mas essa questão ainda não foi avaliada elo Judiciário.
O processo sobre a morte de Leandro Lo segue em andamento e tem uma audiência marcada para o próximo dia 23 de maio, quando estão previstas as oitivas de 23 pessoas. O réu só deve prestar depoimento depois de todas as testemunhas.

Relembre o caso
Leandro Lo foi baleado na cabeça na noite do dia 6 de agosto de 2022, dentro do Clube Sírio, em Indianópolis, na Zona Sul de São Paulo. Ele foi socorrido, no entanto, no dia 7, teve a morte cerebral confirmada.
Testemunhas contaram que o lutador e o policial se envolveram em uma discussão. Lo mobilizou Veloso que, após se afastar, sacou uma arma e atirou uma vez contra a cabeça do lutador. Depois disso, o policial se aproximou, deu alguns chutes contra o rival, e fugiu.
O policial militar, que responde por homicídio triplamente qualificado, se entregou após matar o lutador e segue detido no presídio militar Romão Gomes.
As qualificadoras do homicídio colocadas pelo Ministério Público no processo, e aceitas pela Justiça, foram: por motivo torpe; com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; e à traição, de emboscada.
Na época, a defesa do PM disse que ele agiu em legítima defesa, pois teria sido cercado por seis lutadores após uma discussão, e disse que a denúncia do MP não tem fundamento.
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