A camareira Débora Barros dos Santos, de 25 anos, que é investigada por suspeita de fingir ter leucemia para obter doações em dinheiro para fazer exames e comprar remédios, em Pirenópolis, cidade goiana no Entorno do Distrito Federal, dizia ser paciente do Hospital Araújo Jorge, em Goiânia, mas nunca foi atendida no local. Segundo a Polícia Civil, a jovem também não apresentou diagnósticos ou exames que comprovaram que tinha câncer, mas agora terá de se explicar.
“Ela vai ter que mostrar esse diagnóstico e tudo isso que ela alegou para arrecadar esse dinheiro. Se ela comprovar isso, tudo bem, mas ela alegou que estava fazendo tratamento no hospital que não a recebeu”, disse o delegado Tibério Cardoso em entrevista ao site G1.
Conforme a investigação, cerca de 200 pessoas contribuíram em campanhas realizadas pela jovem. Um grupo de amigas chegou a fazer tatuagens para homenageá-la, mas depois descobriu que tudo não passava de um golpe.
Cardoso já ouviu algumas das pessoas que ajudaram a camareira e um ex-namorado dela. Segundo os relatos, a jovem alegava que fazia o tratamento em Goiânia e que era acompanhada por uma amiga que ninguém conhece, no entanto, nunca foi paciente do hospital citado.
“A amiga falava com eles que ela estava na sala recebendo a medicação e que a medicação era cara. O pessoal desconfiou e entrou em contato no hospital. O hospital disse que não tinha ninguém com o nome dela fazendo tratamento”, pontuou o delegado.

Teria sido ‘obrigada’
Há cerca de 10 dias, a camareira procurou a delegacia para registrar um boletim de ocorrência. Segundo Cardoso, ela disse que queria fazer uma denúncia de que tinha sido “obrigada” por uma terceira pessoa a fingir ter leucemia para pedir dinheiro.
“Ela procurou a delegacia com uma história bem absurda. Tudo indica que para se precaver desse golpe que ela aplicou. Ela coloca uma terceira pessoa que a teria ‘induzido’ a fazer isso. Não se sabe se essa pessoa existe mesmo, provavelmente não”, explicou o delegado.
O investigador destacou que Débora ainda não foi ouvida formalmente e que as vítimas estão indo até a delegacia para registrar boletins de ocorrência. Ainda não há a confirmação da quantia exata que a jovem teria obtido por meio das doações.
O caso segue sendo apurado pela corporação.

O que diz a camareira?
Familiares da camareira foram procurados e disseram que ela está internada no Hospital Estadual de Urgências da Região Noroeste de Goiânia Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) e que aguarda o resultado de exames. Um homem que se apresentou como o pai dela, disse que a filha é inocente e que foi usada por uma mulher para que dissesse que tinha câncer.
“Ela [mulher] forjou essa doença, eu acho que ela dopava a minha filha e inventava que esses remédios eram caros. A mulher pegava o dinheiro para comprar os remédios”, afirmou o homem.
O pai falou que a filha teve culpa em não checar os dados dessa mulher e acreditar nela. No entanto, ele acredita na inocência da jovem. “De sábado pra cá, ela tá vomitando sangue, mas ela não tem câncer, ela forjou tudo para pegar esse dinheiro, minha filha não tem esse dinheiro. Se ela tivesse, a gente não estaria nessa cidade, mas sim no Maranhão”, desabafou ele.
LEIA TAMBÉM:

