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Camareira é suspeita de fingir ter leucemia para obter doações para exames e remédios, em Goiás

Grupo chegou a fazer tatuagem para homenagear a jovem, mas depois descobriu que tudo era golpe

Polícia apura
Camareira Débora Barros dos Santos, de 25 anos, é suspeita de fingir ter leucemia para obter doações em dinheiro para tratamento, em Goiás (Reprodução/Redes sociais)

A camareira Débora Barros dos Santos, de 25 anos, é investigada por suspeita de fingir ter leucemia para obter doações em dinheiro para fazer exames e comprar remédios, em Pirenópolis, cidade goiana no Entorno do Distrito Federal. Segundo a Polícia Civil, cerca de 200 pessoas contribuíram em campanhas realizadas pela jovem. Um grupo de amigas chegou a fazer tatuagens para homenageá-la, mas depois descobriu que tudo não passava de um golpe.

Conforme reportagem do site G1, Débora disse aos colegas de trabalho, em setembro deste ano, que estava muito doente. O recepcionista Matheus Milagre, de 25 anos, que foi um dos lesados por ela, contou que a jovem passou a pedir dinheiro alegando que precisava fazer exames.

“Nós ficamos muito sensibilizados e com muito medo de perder nossa colega, então fizemos vaquinhas, rifas e doações, juntamos bastante dinheiro. Ela sempre mandava mensagem pra alguém falando que tinha que fazer um exame no dia seguinte e a gente se virava pra juntar dinheiro pra ela”, contou Matheus.

Pelas redes sociais, Débora divulgou um panfleto pedindo ajuda e contando sua história com a suposta leucemia (veja abaixo). “Fizemos de tudo para ajudar ela, fiquei com medo dela morrer, ela sempre falava que o estado dela era grave”, desabafou Matheus.


Ela é investigada por golpe
Camareira Débora Barros dos Santos, de 25 anos, postou panfleto nas redes sociais dizendo ter leucemia e pedindo doações (Reprodução/Redes sociais)

Com o objetivo de homenagear a força da camareira, um grupo de amigas da jovem chegou a se reunir para fazer uma tatuagem. Elas fizeram o mesmo desenho, onde estava escrito: “Débora, meu milagre”.

“Eu considerava ela demais, ela é madrinha do meu filho. Estou me sentindo triste, magoada, traída, a gente confia na pessoa, ajudamos de coração e aconteceu essa coisa. Eu nunca esperava isso dela, nesses 4 anos que eu a conheço”, contou uma das jovens que fez a tatuagem e preferiu não se identificar.

Caso é apurado pela polícia
Amigas chegaram a fazer tatuagem em homenagem à camareira Débora Barros dos Santos, suspeita de fingir ter leucemia (Reprodução/Redes sociais)

Investigação

O caso passou a ser investigado pela Polícia Civil e, há cerca de 10 dias, a camareira procurou a delegacia para registrar um boletim de ocorrência. Segundo o delegado Tibério Cardoso, ela disse que queria fazer uma denúncia de que tinha sido “obrigada” por uma terceira pessoa a fingir ter leucemia para pedir dinheiro.

“Ela procurou a delegacia com uma história bem absurda. Tudo indica que para se precaver desse golpe que ela aplicou. Ela coloca uma terceira pessoa que a teria ‘induzido’ a fazer isso. Não se sabe se essa pessoa existe mesmo, provavelmente não”, explicou o delegado.

O investigador destacou que Débora ainda não foi ouvida formalmente e que as vítimas estão indo até a delegacia para registrar boletins de ocorrência. Ainda não há a confirmação da quantia exata que a jovem teria obtido por meio das doações. O caso segue sendo apurado pela corporação.

O que diz a camareira?

Familiares da camareira foram procurados e disseram que ela está internada no Hospital Estadual de Urgências da Região Noroeste de Goiânia Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) e que aguarda o resultado de exames. Um homem que se apresentou como o pai dela, disse que a filha é inocente e que foi usada por uma mulher para que dissesse que tinha câncer.

“Ela [mulher] forjou essa doença, eu acho que ela dopava a minha filha e inventava que esses remédios eram caros. A mulher pegava o dinheiro para comprar os remédios”, afirmou o homem.

O pai falou que a filha teve culpa em não checar os dados dessa mulher e acreditar nela. No entanto, ele acredita na inocência da jovem. “De sábado pra cá, ela tá vomitando sangue, mas ela não tem câncer, ela forjou tudo para pegar esse dinheiro, minha filha não tem esse dinheiro. Se ela tivesse, a gente não estaria nessa cidade, mas sim no Maranhão”, desabafou ele.

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