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Imprensa internacional destaca discurso de Bolsonaro na ONU questionando vacina

Discurso do presidente Jair Bolsonaro na Assembleia-Geral da ONU, nesta terça-feira repercutiu de forma negativa em vários países.

O discurso do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, na Assembleia-Geral da ONU, nesta terça-feira (21) repercutiu de forma negativa em vários países, como mostra a imprensa mundial. Bolsonaro voltou a defender o uso da cloroquina e de tratamentos precoces contra a covid-19 e questionou o motivo de outros países não adotarem as práticas.

«Sem estar vacinado, Bolsonaro do Brasil quebra sistema de honra da vacina da ONU durante discurso», escreveu o jornal americano The Washington Post, se referindo ao pedido das Nações Unidas para todos os líderes mundiais se vacinarem contra a covid.

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O The Wall Street Journal explicou que uma das condições para a participação dos líderes mundiais na Assembleia era estarem vacinados. Mas, como ficou provado, não houve uma verificação e cumprimento deste «sistema de honra». «Em seu discurso, o senhor Biden encorajou os países a adotarem planos nacionais mais ambiciosos para reduzir a emissão de gases do efeito estufa e pressionou os países desenvolvidos a darem mais dinheiro aos países em desenvolvimento», destacou o jornal.

O site do jornal britânico The Guardian também destacou o fato de Bolsonaro ter criticado a obrigatoriedade da vacina contra o novo coronavírus em sua manchete.

O americano The New York Times escreveu: O presidente do Brasil liderou uma das respostas mais criticadas no combate à pandemia». Em sua página do ‘ao vivo’, pela qual está sendo feita a transmissão dos discursos, o NYT destaca os protestos que ocorreram em Nova York contra Bolsonaro e o líder iraniano.

O espanhol El País, em sua página de Américas, destacou o discurso de Bolsonaro e, em seguida, um artigo dizendo «Não é culpa apenas de Bolsonaro o fato do mundo rir do Brasil». O texto destaca o passeio do presidente brasileiro por Nova York, sem máscara e sem estar vacinado.

Engajamento ambiental

Com «lição de casa» ainda por fazer na área ambiental, como atestam especialistas, o presidente Jair Bolsonaro cobrou durante seu discurso o engajamento dos países ricos no tema. «Por ocasião da COP-26, buscaremos consenso sobre as regras do mercado de crédito de carbono global. Esperamos que os países industrializados cumpram efetivamente seus compromissos com o financiamento de clima em volumes relevantes», disse ele, no seu pronunciamento.

A fala vem enquanto o próprio Brasil é constantemente pressionado pela comunidade internacional a conter o desmatamento da Amazônia e a adotar uma política realmente efetiva de preservação do meio ambiente. Como mostrou o Estadão/Broadcast Político em julho, as aplicações de multas ambientais na Amazônia Legal despencaram 93% no período do atual governo, o que evidencia o desmonte das estruturas de fiscalização.

Ainda assim, Bolsonaro tentou defender a imagem de que o País preserva o meio ambiente. Além de falar em 84% de preservação da floresta amazônica, disse que, atualmente, 83% da energia gerada no Brasil é de fontes renováveis. «O Brasil é já um exemplo», afirmou. «O futuro do emprego verde está no Brasil: energia renovável, agricultura sustentável, indústria de baixa emissão, saneamento básico, tratamento de resíduos e turismo», acrescentou o presidente.

A antecipação na meta de neutralidade do carbono de 2060 para 2050, anunciada em abril, também foi lembrada durante o discurso. «Os recursos humanos e financeiros, destinados ao fortalecimento dos órgãos ambientais, foram dobrados, com vistas a zerar o desmatamento ilegal», completou o presidente.

Em meio à pressão do Planalto sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) para consolidar a tese do marco temporal, o que prejudicaria a política indígena no Brasil, Bolsonaro ainda afirmou na ONU que «600.000 índios vivem em liberdade e cada vez mais desejam utilizar suas terras para a agricultura e outras atividades». Não houve, contudo, citação direta ao marco temporal, cujo julgamento está suspenso na Suprema Corte.

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7 de setembro no Brasil

O presidente Jair Bolsonaro voltou a elogiar os atos de 7 de setembro, marcados por pautas antidemocráticas e que desencadearam a elevação máxima da temperatura da crise entre os poderes. Desta vez, a declaração foi em um contexto internacional: em seu discurso na abertura da 76ª Assembleia-geral das Nações Unidas.

«No último 7 de setembro, data de nossa Independência, milhões de brasileiros, de forma pacífica e patriótica, foram às ruas, na maior manifestação de nossa história, mostrar que não abrem mão da democracia, das liberdades individuais e de apoio ao nosso governo», disse Bolsonaro. «Como demonstrado, o Brasil vive novos tempos. Na economia, temos um dos melhores desempenhos entre os emergentes», acrescentou.

A postura de Bolsonaro nos atos de 7 de setembro, com ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF) e, consequentemente, à democracia repercutiu de forma negativa internacionalmente e ganhou resposta do presidente da Corte, Luiz Fux.

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O magistrado alertou ao presidente que descumprir ordens do Supremo, como ele havia ameaçado nos protestos, configuraria crime de responsabilidade. No dia seguinte, Bolsonaro publicou uma carta à nação produzida pelo ex-presidente Michel Temer, em que deu um passo atrás na ofensiva e pediu harmonia entre os poderes.

Conselho de Segurança

Ainda durante seu discurso, o presidente afirmou que apoia uma reforma no Conselho de Segurança da entidade e a inclusão do Brasil como membro permanente.

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«Em 2022, voltaremos a ocupar uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU. Agradeço aos 181 países, em um universo de 190 que confiaram no Brasil. Reflexo de uma política externa séria e responsável promovida pelo nosso Ministério de Relações Exteriores», destacou Bolsonaro.»Apoiamos uma Reforma do Conselho de Segurança ONU, onde buscamos um assento permanente», acrescentou.

O Conselho de Segurança é um órgão da ONU composto por 15 membros e responsável por prezar pela segurança internacional.

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