É cada vez mais comum encontrar nos aeroportos do país passageiros como o farmacêutico Elísio de Araújo Costa, com pouca bagagem. Para tentar economizar, ele leva o suficiente para entrar na cabine do avião. “Estou pagando uma passagem cara e com restrição de bagagem. Aumentou o preço e não melhorou nada”, disse.
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Desde junho de 2017, as empresas aéreas podem cobrar pelo despacho de mala. Com a mudança, elas alegavam que conseguiriam diferenciar os serviços por perfil de passageiros, o que reduziria o valor das passagens.
Viajar de avião, no entanto, ficou mais caro em 2018. É o que mostrou o IBGE no cálculo da inflação oficial, o IPCA. O custo da passagem subiu 16,9%, segundo ano consecutivo de forte alta. Em 2017, o aumento foi de 22,3%.
“Todo mundo que pagava o valor cheio continua desembolsando o valor cheio e ainda paga hoje serviços adicionais, como bagagem e muitas vezes até para marcar assento”, diz Marco Antonio Araújo Júnior, advogado especialista em direito do consumidor.
A associação que representa as companhias diz que as altas do querosene de aviação (37,5%) e do dólar (17%) afetaram o custo do setor em 2018.
“A outra parcela dos custos subiu bem menos, como os custos administrativo, de pessoal. Na média, se as empresas repassassem apenas seus custos, seria esperado um reajuste menor que 17%”, pondera Michael Viriato, professor de finanças no Insper.
Planejamento é a melhor estratégia para economizar. Sites e aplicativos monitoram os preços e alertam quando eles caem. Quem a viaja fora da alta temporada e nos dias de semana também paga menos. E o mais importante: comprar com antecedência. “Precisei vir do Rio para São Paulo em cima da hora e paguei quase R$ 1.000. Comprando com antecedência, sai R$ 150”, diz a professora Patrícia Zulli.