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Distúrbios do sono no Brasil: Como a pandemia aumentou o uso de medicamentos

Mais de 70% dos brasileiros enfrentam problemas para dormir

Foto: Reprodução
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Mais de 70% dos brasileiros enfrentam dificuldades para dormir, conforme estudos da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz). O tema foi destaque no programa Profissão Repórter, que explorou os principais distúrbios do sono, os tratamentos disponíveis e o impacto da insônia na vida dos trabalhadores. Desde a pandemia de coronavírus, o Brasil tem visto um aumento significativo na venda de medicamentos para dormir, como o Zolpidem, cujo uso sem orientação pode levar à dependência.

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Em São Paulo, o maior Instituto do Sono do mundo realiza polissonografias, exames que monitoram o corpo durante o sono, todas as noites. O advogado Éder Queiroz, que sofre de insônia há décadas, foi diagnosticado com apneia do sono, caracterizada por pausas respiratórias durante o sono. Ele passou a usar o CPAP, um aparelho que auxilia na respiração noturna. “Estou pagando a conta de tantos anos mal dormidos”, desabafa Éder. Sua história é um exemplo dos desafios enfrentados por muitos brasileiros que, devido a jornadas exaustivas de trabalho, não conseguem dedicar tempo suficiente ao descanso.

A vida na cidade que nunca dorme

Em São Paulo, conhecida por sua intensa atividade urbana, muitos trabalhadores enfrentam longas jornadas e rotinas estressantes, afetando diretamente seu sono. Ana Vitória, por exemplo, divide seu tempo entre dois empregos e um curso superior noturno. Passando três horas diárias em ônibus e metrôs lotados, ela tenta aproveitar esses momentos para descansar. “Às vezes encosto na janela do ônibus e durmo de tão cansada”, relata Ana, que dorme apenas de três a quatro horas por noite. Sua história reflete a realidade de muitos brasileiros que sacrificam o sono para cumprir suas responsabilidades.

O crescimento no uso de Zolpidem

A psiquiatra Laís Vazami alerta que mais de 80% dos casos de insônia não necessitam de tratamento medicamentoso. Ela enfatiza a importância da higiene do sono, que envolve mudanças de hábitos, como evitar telas antes de dormir e optar por refeições leves à noite. Contudo, a venda de medicamentos como o Zolpidem tem aumentado significativamente, especialmente após a pandemia.

O uso indiscriminado desses remédios pode levar à dependência, como testemunhado por Gisele Mota, paciente do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (PROAD) da Unifesp. “Fiquei mais de um mês internada para me livrar do Zolpidem, mas tive recaídas e continuo nessa luta”, compartilha Gisele, que se afastou do trabalho devido à dependência.

Para melhorar a qualidade do sono, especialistas recomendam adotar hábitos saudáveis e buscar alternativas naturais antes de recorrer a medicamentos. Técnicas de relaxamento, prática regular de exercícios físicos e um ambiente de sono adequado são algumas das estratégias que podem ajudar. A dependência de remédios para dormir deve ser tratada com acompanhamento médico para evitar complicações.

Fonte: G1

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