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Por que às vezes se torna difícil conciliar amor e sexo?

Psiquiatra explica que o amor romântico pode transformar o sexo em oposição

Por que às vezes se torna difícil conciliar amor e sexo?
Por que às vezes se torna difícil conciliar amor e sexo? Foto: Pexels

Quando se procura um amor, o que se espera é uma relação tranquila, que traga felicidade, paz e que seja tudo perfeito. Mas nem sempre é isso que acontece. Normalmente, as relações vão se moldando, as trocas vão sendo feitas e as partes da relação entrando em acordo. Mas, segundo a psiquiatra Paula Dione, é importante entender que amor perfeito não existe.

“Mesmo sendo um conceito antigo, o ideal de amor bem-sucedido ainda reside na afetividade dos sujeitos modernos. De forma análoga, o impulso sexual também se apresenta como uma realidade a ser vivenciada pela maioria dos seres humanos, sendo colocado por alguns como uma manifestação da vida. Assim, é válido afirmar que todo indivíduo terá que lidar com estes dois fenômenos em algum momento de sua vida: amor e sexo”, diz a especialista. Para ela, tudo pode estar indo muito bem, mas se o amor e sexo não se conversarem, pode acabar gerando alguns problemas.

Paula fala que as pessoas oscilam entre o desejo de ter um relacionamento afetivo pautado em compromisso e reciprocidade, monogamia, etc., e o desejo de uma vivência sexual livre. “Alguns autores afirmam que o amor tem como base a realização de seus ideais, enquanto o desejo sexual tem como base o objeto, as fantasias. Na sociedade de consumo, a propaganda sugestiona modelos de objetos desejáveis, através do realce de determinadas características (porte físico, comportamento, posição socioeconômica)”, explica.

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Esse tipo de relacionamento possibilitaria que o sexo e o amor se tornassem algo funcional e produtivo, como qualquer outro tipo de atividade econômica, porém, se existe o discurso da oposição entre amor e sexo (ideal x realidade). E como conciliar os dois?

“Na teoria, o amor romântico posiciona o objeto de desejo em local de extrema idealização, o que acaba causando temor a quem deseja o amor, uma vez que inviabiliza a vida real. É como se, para ter um amor genuíno, o indivíduo tivesse que abrir mão de uma sexualidade mais vigorosa, assim como, para desfrutar de uma sexualidade mais vigorosa, o indivíduo tivesse que abrir mão de ter um amor genuíno”, fala a especialista.

Ela finaliza dizendo que falas como ‘o verdadeiro amor tudo vence’ desgastam as relações amorosas, pois tentam encobrir a realidade. Essa ilusão pode colocar as demandas sexuais como menos legítimas, dando lugar às estratégias de fuga.

“Conciliar a visão idealizada sobre o amor com uma visão realista sobre as necessidades sexuais dos seres humanos é abrir diante de si um caminho em que o amor erótico pode ser uma via. Parte do desafio parece ser tirar o prazer sexual da posição de obrigação e permitir ao amor ser uma superação inovadora que concilia essas duas vivências humanas em si”, finaliza.

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