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Turma da Mônica – Laços materializa principal criação de Mauricio de Sousa em produção repleta de nostalgia

Laura Rauseo (Magali), Gabriel Moreira (Cascão), Giulia Benite (Mônica) e Kevin Vechiatto (Cebolinha) incorporam os moradores mais queridos do bairro do Limoeiro Serendipity/divulgação

Criada há quase 60 anos, a Turma da Mônica é praticamente um patrimônio imaterial da infância de grande parte dos brasileiros. Há tanta memória afetiva envolvida nos personagens de Maurício de Sousa que criar um live-action a partir deles parecia um risco desnecessário.

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Pressionado por uma horda de leitores de gibis e por ele mesmo – fã confesso da vida do bairro do Limoeiro –, o diretor Daniel Rezende (“Bingo”) não podia errar com “Turma da Mônica – Laços”, que estreia nesta quinta-feira (27).

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Para alívio geral, o que ele entrega está, sim, à altura da obra de Mauricio. Há humor, aventura e conflitos, mas o que impera mesmo é um clima de nostalgia capaz de fazer o espectador esquecer do caos do mundo lá fora ao longo de pouco mais de 1h30. 

“Fazer esse filme foi uma honra, um sonho e uma responsabilidade gigantesca, porque a gente achava que o brasileiro precisava ver esses personagens na tela grande. Todo mundo da equipe tinha um amor tão grande pelo que estava fazendo que isso, de alguma forma, está impresso ali”, diz Rezende.

Dois elementos são fundamentais para o sucesso dessa empreitada. O primeiro é a caracterização dos personagens e do cenário (houve cenas rodadas em Holambra, Poços de Caldas e Mairiporã).

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Mais do que fazer um pastiche dos gibis, a direção de arte conseguiu materializar de forma realista como seria o bairro do Limoeiro caso ele existisse em tempos sem maiores tecnologias, com crianças brincando na rua entre o pipoqueiro e o vendedor de balões e embaladas por uma trilha que evoca as canções da turma dos anos 1980.

O segundo está na escolha dos atores responsáveis por encarnar os protagonistas, que fogem do ar de texto decorado comum em interpretações infantis: Giulia Benite (Mônica), Kevin Vechiatto (Cebolinha), Laura Rauseo (Magali), Gabriel Moreira (Cascão) exalam fofura e espontaneidade.

“Elas não leram o roteiro. A gente chegava nas cenas que tinha escrito, mas por improvisação. Isso trouxe verdade, e foi impressionante como cada um deles foi incorporando os personagens”, explica o diretor.

A trama é baseada na primeira graphic novel da turminha, criada pelos irmãos Vitor e Lu Cafaggi, e gira em torno do sumiço do Floquinho, o cachorro verde do Cebolinha.

O episódio coloca Mônica e companhia no meio da floresta, em uma aventura em busca do bichinho que vai fazer cada personagem superar suas fraquezas e usar o que tem de mais forte para provar que, juntos, eles podem mais do que sozinhos.

O elenco adulto tem Mônica Iozzi como a mãe da Mônica, Paulinho Vilhena como Seu Cebola e Rodrigo Santoro em uma existencialista participação como o Louco, mas o destaque mesmo fica com Fafá Rennó, numa verdadeira encarnação da Dona Cebola.

Rezende dá o aviso: se a bilheteria for boa, o público pode esperar o início de um Universo Cinematográfico da Mauricio de Sousa Produção aos moldes do que ocorreu com os heróis da Marvel.

“Temos discutido sobre eventuais continuações, porque a gente toma gosto pelo cinema. Nunca tive certeza de que daria certo, mas o Daniel fez disso um sonho realizado”, conclui Mauricio.

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